Conversa entre mestres e aprendizes: supervisão na perspectiva fenomenológico-existencial
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Informações
Título
Conversa entre mestres e aprendizes: supervisão na perspectiva fenomenológico-existencial
Autor(es)
Lilian Cláudia Ulian Junqueira; Francisleine Gomes da Silva
Assunto
O destecer da supervisão clínica e a relação ensino-aprendizagem
Área de Concentração
Saúde Mental nos Contextos Institucionais
Linha de Pesquisa
Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais
Idioma
PT
Publicado em
O presente trabalho propõe uma reflexão acerca da relação de ensino-aprendizagem por meio da abordagem fenomenológico-existencial. Trataremos das expectativas que os estagiários-plantonistas possuem acerca da supervisão e da função do supervisor, quando estes adentram um campo de estágio. A supervisão da prática clínica do aluno de graduação em psicologia é uma ferramenta metodológica crítica para a formação da articulação teórico-prática do pensamento clínico, sendo considerado o momento de materialização dos saberes adquiridos ao longo da graduação e serem vivenciados “in locu” presencial ou online pelo graduando de Psicologia, os clientes e seu supervisor.
O plantão psicológico é uma modalidade de estágio curricular, concorrida pelos alunos quintanistas pela possibilidade de atender um paciente que aparece com uma queixa, demanda ou pedido de ajuda, do qual não é possível lançar mão de técnicas a priori e nem contar com a leitura prévia do prontuário do paciente como em outras categorias profissionais que recebe um encaminhamento de inter-consulta, visto que este é preenchido no ato de conquista da consulta psicológica pelo próprio estagiário.
Pretendemos discorrer neste capítulo a desconstrução hierárquica esperada do saber nas supervisões no plantão psicológico para um novo modo de construir a orientação ao supervisionando que se dá pelo encontro de saberes e fazeres, a partir das versões de sentido vivenciadas na tríade da relação entre paciente, terapeuta e supervisor(a) que compõe um novo possível saber em trânsito. Boris (2008) afirma que por meio das versões de sentido como método o psicoterapeuta iniciante registra suas impressões sobre si mesmo, sobre o cliente e/ou sobre a sua relação com ele, expressando a experiência imediata como pessoa a respeito daquela situação vivida no encontro. Desta forma, as versões de sentido constituem um instrumento tanto objetivo quanto subjetivo, que facilita o trabalho de supervisão, pois pode revelar diversos sentidos da expressão do psicoterapeuta iniciante.
O plantão é uma modalidade de acolhimento psicológico imediato, bastante utilizado em Clínicas-Escolas de Psicologia, Hospitais, Unidades Básicas de Saúde, Instituições de acolhimento psicossocial e outras de cunho acadêmico e profissional. (BARRETO; FRANCISCO; WALCKOFF, 2016). Norteado pelo método fenomenológico, busca deixar ver aquilo que se mostra à partir do que se mostra e não a partir da visada do supervisor ou do grupo de supervisão. A partir do fenômeno que se mostra ao estagiário-plantonista, é que o fenômeno ganha visibilidade pela narrativa imediata após o atendimento. Como à luz do dialogismo entre um mestre e seu discípulo optamos por inserir na literatura de discussão do estágio a obra de Confúcio “Jejum do coração” em que encontramos exemplo dessa experiência originária do ensino-aprendizagem articulada ao saber em relação às ansiedades presentes na vida dos estagiários de Psicologia no Plantão Psicológico e através das perspectivas complementares em Heidegger, buscando aumentar o espectro de análise.
Editor
Editora Suassuna
Data de Publicação
20/07/2023
Direito de Acesso
Acesso restrito
Tipo
Capítulo
Financiamento
Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - UNIP