Eco-homeopatia: As potências homeopáticas regulam o crescimento e a toxicidade de Raphidiopsis raciborskii (cianobactérias) e podem ser rastreadas físicoquimicamente

Resumo

Introdução: As cianobactérias são microrganismos encontrados em diversas partes do mundo, sendo vários gêneros produtores de cianotoxinas. Verificou-se que as potências homeopáticas modulam a toxicidade em diferentes modelos biológicos, e o presente estudo procura descobrir se esse também pode ser o caso das cianobactérias. Objetivos: a) investigar os efeitos potenciais de potências homeopáticas na resiliência de embriões de Artemia franciscana (camarão-de-salmoura) à saxitoxina (cianotoxina) e no crescimento de Raphidiopsis raciborskii in vitro; b) verificar a correspondência dos parâmetros físico-químicos das potências específicas com os respectivos efeitos biológicos. Método: Cistos de Artemia franciscana foram cultivados em água do mar em placas de 96 poços para avaliar a taxa de eclosão, vitalidade e expressão gênica de proteínas de choque térmico (Hsp), após serem desafiados com extrato de R. raciborskii contendo 2,5 µg/litro de saxitoxina e tratados com diferentes potências homeopáticas. Culturas de R. raciborskii mantidas em meio ASM-1 foram igualmente tratadas com potências homeopáticas, e seu crescimento foi monitorado em função do tempo. As propriedades físico-químicas dos respectivos meios aquosos foram avaliadas por interação com corantes solvatocrômicos e medidas de pH, condutividade e temperatura. A avaliação da expressão gênica de proteínas de choque térmico foi realizada com as amostras de Artemia franciscana. Resultados: Observou-se menor taxa de eclosão de cistos de Artemia franciscana após tratamento com Nitric acidum 6cH (p=0,03), e reversão completa da toxicidade com aumento da expressão gênica de Hsp26 e p26 após tratamento com isoterápico (extrato de R. raciborskii) 200cH (p≤0,02). O Nitric acidum 200cH e Mercurius solubilis 30cH limitaram o crescimento exponencial das cianobactérias (p≤0,003) independentemente de sua concentração. A cumarina 7 provou ser um marcador para o Nitric acidum 6cH e isoterápico 200cH, mesmo quando inserido na água do mar. O vermelho do Nilo mostrou ser um marcador para o Nitric acidum 200cH e Mercurius solubilis 30cH, mesmo quando inserido em meio ASM-1 (p≤0,05). Observou-se aumento do pH e efeitos endo/exotérmicos do meio ASM-1 após esses tratamentos (p≤0,007). As análises físico-químicas foram otimizadas após a prévia submissão das amostras a fluxo magnético médio de 2400 Gauss, de forma constante e unidirecional. Conclusão: O isoterápico 200cH melhorou a biorresiliência da Artemia franciscana à própria saxitoxina; O Nitric acidum 200cH e Mercurius solubilis 30cH limitaram o crescimento de R. raciborskii. Em todos os casos, as potências homeopáticas que apresentaram efeito biológico foram passíveis de rastreamento no meio aquoso usando corantes solvatocrômicos, em especial quando as amostras foram submetidas ao campo magnético. Os resultados apontam para o potencial da homeopatia na mitigação de problemas ambientais relacionados à qualidade da água.