A IDENTIDADE CORPORAL NA PROSTITUIÇÃO: UMA REFLEXÃO A PARTIR DO FILME “UMA LINDA MULHER” (PREETY WOMAN)

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A Identidade corporal e a expressão da sexualidade na cultura ocidental é marcada por tabus, as quais devem ser restritas a intimidade de “quatro paredes.” Entretanto, a experiência da intimidade é construída socialmente e carrega consigo todas as marcas de um tempo histórico, no qual os corpos estão inscritos. As mulheres prostitutas que desafiam os prescritivos morais da sexualidade atrelados a reprodução, ao matrimônio e que monetiza a experiência sexual, sofrem penalidades sociais, como a exclusão. O objetivo deste trabalho é refletir a partir do filme “Uma Linda Mulher”, o modo como a identidade corporal das mulheres profissionais do sexo é significado socialmente, baseado na literatura brasileira. A metodologia eleita é a análise de filme, por categorias temáticas : a objetificação do corpo feminino, invizibilização social do corpo feminino e adestramento corporal. As vestimentas, a composição estética de uma profissional do sexo pertencente a um contexto de classe baixa como retratado no filme pela personagem Vivian, é alvo de um esteriótipo de vulgaridade e a reduz a um objeto sexual. Essas mulheres tornam-se mais vulneráveis ao diversos tipos de violência, abuso e exploração, que além da desumanização dos corpos promove a invisibilização e o descarte para daqueles que não alimentam o estereótipo da prostituição. Para pertencer à classe das mulheres “respeitáveis” , render-se ao adestramento corporal e cultural tornando-se este o passaporte para a visibilidade social. Tal percurso ocorre no filme através da personagem Vivian que passa por um adestramento do seu corpo, através da contenção de seus hábitos gestuais anteriores afim de performar socialmente o lugar de uma mulher moralmente respeitável o que pode ser entendido como violência também, tal situação pode ser uma ilustração do cenário brasileiro.
Palavras-chave: Prostituição; Profissional do sexo, Corpos, Sexualidade.