Obesidade, microbioma intestinal e a influência da alimentação

Resumo

Objetivo – Descrever o papel do microbioma intestinal humano no desenvolvimento da obesidade e sua modulação por meio da ali-mentação. Método – Estudo de revisão. Foram selecionadas publicações realizadas de 2010 a 2022, com pré seleção de 78 publicações. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram utilizadas 25 publicações. Resultados – Foram analisados a influência da suplementação materna com probióticos, do tipo de parto e de aleitamento, do uso de antibióticos e do tipo de dieta ao longo da vida no microbioma intestinal e sua relação com a obesidade e composição corporal. As evidências demonstraram que o parto normal, a ali-mentação da mãe e o aleitamento materno interferem positivamente na flora intestinal, gerando efeito bifidogênico e atenuando a pro-gramação metabólica induzida pela obesidade materna. O tratamento com antibióticos, principalmente no início da vida, gera diversas alterações no microbioma que favorecem o desenvolvimento da obesidade. Tais alterações, no entanto, foram moduladas pelo uso de fi-bras prebióticas em modelos animais. A inclusão de fibras prebióticas na alimentação gera efeitos benéficos no microbioma intestinal que resultam em melhorias na morfologia intestinal, redução da inflamação, melhora da saúde metabólica e maior excreção de energia pelas fezes, reduzindo a adiposidade e ganho de massa corpórea e contribuindo para a melhora e/ou prevenção do sobrepeso e obesidade. Conclusões – A composição do microbioma intestinal está relacionada com a obesidade e sua modulação por meio da dieta pode in-fluenciar positivamente a prevenção e controle da doença, pois interfere diretamente no metabolismo do hospedeiro.