Interferência da dupla tarefa no desempenho da marcha de indivíduos com hemiparesia pós AVE

Resumo

Objetivo – Analisar e comparar a interferência da realização de dupla tarefa sobre o desempenho da marcha entre indivíduos com hemiparesia pós AVE e indivíduos sadios. Métodos – Foram selecionados 12 indivíduos com hemiparesia pós AVE (Grupo Estudo – GE) e 12 controles sadios (Grupo Controle – GC), pareados em idade e gênero com os participantes do GE. Cada grupo realizou três tarefas: “tarefa simples”, em que deambularam por um percurso de 10 metros em velocidade confortável; “tarefa motora”, concomitantemente à “tarefa simples”, os participantes transferiram uma bola de uma mão à outra; e, “tarefa cognitiva”, simultaneamente à tarefa simples os participantes memorizaram o nome de seis frutas, verbalizadas pelo examinador, e, ao final do percurso, identificaram essas frutas. As tarefas foram randomizadas entre os participantes e, cada uma, realizada por três vezes consecutivas, sendo a média destas utilizadas para análise. As variáveis analisadas foram: amplitude média do passo, cadência e velocidade média. Resultados – O GE apresentou diferença significativa nas três variáveis analisadas, em ambas as tarefas, quando comparado ao GC. Na análise intragrupo estudo, o GE apresentou pior desempenho na “tarefa motora”, comparada à “tarefa simples”. Conclusão – Sugere-se que indivíduos hemiparéticos pós AVE apresentam pior desempenho nas variáveis espaço-temporais da marcha em comparação aos indivíduos sadios, tanto quando a marcha é realizada isoladamente assim como quando há incremento de tarefas cognitiva e motora. Além disso, pressupõe-se que a complexidade das tarefas motora e cognitiva também influenciem o desempenho da marcha desta população.