Resumo (PT)
A cárie dentária ainda é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A fluoretação das águas de abastecimento público e a incorporação de flúor aos dentifrícios provocaram, nas últimas décadas, uma diminuição em nível populacional dessa doença. Entretanto, essas medidas resultam em exposição sistêmica ao íon fluoreto durante os primeiros anos de vida, aumentando a prevalência de fluorose dentária, efeito colateral da exposição crônica ao flúor. O objetivo do presente estudo foi apresentar um panorama e realizar uma discussão, baseada em evidências científicas, sobre a utilização da água e do dentifrício fluoretado e sua contribuição na prevalência de cárie e fluorose dentária. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, realizado por meio de um levantamento em bases de domínio público e relatórios do Ministério da Saúde. Conclui-se que deve se buscar um equilíbrio entre riscos (desenvolvimento de fluorose) e benefícios (controle e prevenção da cárie) na utilização de fluoretos, considerando as melhores evidências científicas a respeito das recomendações de uso e das práticas de higiene oral.