The Brazilian Education System and the Production of Human Capital: an Emergy Analysis

Resumo

O desempenho econômico de uma nação é impulsionado, sobretudo, por uma combinação de recursos disponíveis, infraestrutura e a qualificação de seus trabalhadores, portanto, a educação desempenha um papel fundamental no fornecimento de trabalhadores qualificados para a força de trabalho. O sistema educacional brasileiro envolve hoje ações diretas de cerca de sessenta milhões de pessoas, entre estudantes, professores e pessoal técnico/administrativo/de manutenção. A educação básica é conduzida, principalmente, em escolas públicas municipais e em escolas particulares, seguidas das escolas públicas estaduais e federais em todo o país, totalizando cerca de 186.000 unidades em operação. A ação do sistema educacional na produção do capital humano, que alimenta a força de trabalho nacional, contribui para que o PIB brasileiro, segundo o Banco Mundial, esteja entre os dez maiores do mundo, enquanto o IBGE afirma que, para cada R$ 1 investido em educação, ocorre um retorno de R$ 1,85 para o PIB. Nesse estudo, o papel do sistema educacional brasileiro no fornecimento de trabalhadores que compõem mais de 90% da força de trabalho nacional é analisado sob a perspectiva da Síntese em Emergia. Para tal, foi realizada a contabilidade em emergia do sistema educacional em uma série histórica, compreendendo os anos de 2002 a 2017, cobrindo um ciclo completo de educação, desde a primeira série do ensino fundamental ao último ano de um curso superior. A emergia demandada para formar alunos/trabalhadores em três níveis de educação, assim como a emergia investida por aluno, foi calculada. Esse procedimento também permitiu a avaliação da emergia despendida por trabalhadores de diferentes níveis de conhecimento e experiência ao longo de suas carreiras, como uma medida da retribuição pela emergia investida em sua formação. Os cálculos baseiam-se no cenário real, que é uma mescla de ensino presencial e ensino a distância. Um cálculo sobre a hipótese de uma migração completa para o ensino a distância também foi realizado, para fins de comparações. De acordo com os resultados, a emergia do trabalho despendida em um ano por um trabalhador de nível fundamental, um de nível médio e um de nível superior equivale a, respectivamente, 2,8, 1,6, e 1,4 vezes a emergia total investida em toda a sua formação, o que atesta que a emergia investida na formação de trabalhadores pode ser rapidamente ressarcida por meio da emergia do trabalho executado. Adicionalmente, a emergia requerida pelo sistema correspondeu a 6% do orçamento nacional de emergia em 2002, gradualmente diminuindo para menos de 2% em 2017 e a contribuição em emergia da força de trabalho em 2017 correspondeu a 38% do orçamento nacional de emergia para aquele mesmo ano.