Naturalidade sem natureza: a construção da mulher como simulacro na revista Plástica & Beleza
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Informações
Título
Naturalidade sem natureza: a construção da mulher como simulacro na revista Plástica & Beleza
Autor(es)
Regina Helena de Oliveira Santos Nicolósi
Orientador(es)
Malena Segura Contrera
Data de Defesa
15/05/2018
Resumo (EN)
The theme discussed in this work is the symbolic violence against women, the ideological action of the naturalization of a specific female body pattern through the mimetic relationship between body and image, taking as reference the analysis of a segment of the printed media, in the case of magazine Plastica & Beleza (P&B). We analyze the construction of the female body-machine in the printed media and the increase of invasive practices such as plastic surgeries used as a way to obtain a perfect and natural aesthetic. The materiality of the magazines and the images conveyed by the media enforce the ideal aesthetic pattern, apparently only achieved through the photoshop, or through surgeries and radical treatments, diffused by the cultural industry and to which the woman submits and replicates. We verified the concept of naturalness in the magazine, through the incidence of words such as "natural", "naturalness", "naturally" and "nature". Our central hypothesis is that symbolic violence perpetuates itself by being self-imposed, when the woman submits herself to the so-called "natural" beauty standards and impinged on her by the media. The symbolic violence against women is present when she seeks to mimetically adapt her body to this ideal image of beauty conveyed by the media, or to submit to invasive practices that call themselves "natural" effect and that induce the woman to discover her "True beauty". In the first chapter we analyze the corpus that proposes as ideal a "natural" body, although produced to hide or solve imperfections considered unnatural through the commercialization of products and services announced. In the second, we explore the concepts of "nature", "naturalness", "natural" and "naturally" frequent in the corpus. In the third chapter, we investigated the role of mimesis in the construction of the image of the female body. We understand that the body pays a high price in this process of trying to resemble the so-called "natural" image, losing its proprioceptive capacity and blunting its senses. The consumption of the products and techniques announced in the magazine leads to the construction of the woman's body through mimesis and the concepts of "natural", "nature" and "naturalness" that are used in the communication of the beauty industry to perpetuate symbolic violence against the woman. The mimesis occurs through the mediation of the body, causing women to develop a behavior in which to modify the body becomes "natural", resembling it in the image, immortal, "perfect", even if the process anesthetizes it and makes the image body immutable and impervious to the actions of time and experiences. Our theoretical framework is based on Wulf, Contrera, Baitello Jr., Hillman, Coghe.
Resumo
O tema discutido nesse trabalho é a violência simbólica contra a mulher, a ação ideológica da naturalização de um padrão específico de corpo feminino por meio da relação mimética entre corpo e imagem, tomando como referencial a análise de um segmento da mídia impressa, no caso a revista Plástica & Beleza (P&B). Analisamos a construção do corpo-máquina feminino na mídia impressa e o aumento de práticas invasivas como cirurgias plásticas utilizadas como meio de obtenção da estética perfeita e dita natural. A materialidade das revistas e as imagens veiculadas pela mídia fazem viger o padrão estético ideal, aparentemente só alcançado por meio do fotoshop ou por meio de cirurgias e tratamentos radicais, difundido pela indústria cultural e ao qual a mulher se submete e replica. Verificamos nos dez exemplares da revista P&B o conceito de naturalidade referido na revista, por meio da incidência de palavras como “natural”, “naturalidade”, “naturalmente” e “natureza”. Nossa hipótese central é que a violência simbólica se perpetua por ser autoimposta, quando a mulher se submete aos padrões de beleza ditos “naturais” e impingidos a ela pela mídia. A violência simbólica contra a mulher se faz presente quando ela busca mimeticamente adequar seu corpo a esta imagem ideal de beleza veiculada pela mídia, nem que seja se submetendo a práticas invasivas que se autodenominam de efeito “natural” e que induzem a mulher a descobrir sua “verdadeira beleza”. No primeiro capítulo, analisamos o corpus que propõe como ideal um corpo “natural”, muito embora produzido para ocultar ou resolver imperfeições consideradas não naturais por meio da comercialização de produtos e serviços anunciados. No segundo, exploramos os conceitos de “natureza”, “naturalidade”, “natural” e “naturalmente”, frequentes no corpus. No terceiro capítulo, averiguamos o papel da mimese na construção da imagem do corpo feminino. Entendemos que o corpo paga um alto preço neste processo de tentar se assemelhar à imagem dita “natural”, perdendo a capacidade proprioceptiva e embotando seus sentidos. O consumo dos produtos e técnicas anunciados na revista leva à construção do corpo da mulher por meio da mimese e os conceitos de “natural”, “natureza” e “naturalidade” que são utilizados na comunicação da indústria da beleza para perpetuar a violência simbólica contra a mulher. A mimese ocorre por meio da mediação do corpo, levando as mulheres a desenvolverem um comportamento no qual modificar o corpo se torna “natural”, assemelhando-o à imagem, imortal, “perfeito”, mesmo que o processo o anestesie e torne a imagem corporal imutável e impermeável às ações do tempo e às vivências. Nosso referencial teórico está baseado em Wulf, Contrera, Baitello Jr., Hillman, Coghe.
Coleção
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Violência Simbólica, Mimese, Corpo Natural, Simulacro
Linha de Pesquisa
Contribuições da mídia para a interação entre grupos sociais
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Mídia e Estudos do Imaginário
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto