Este estudo tem por escopo investigar a noção de masculinidade vascularizada e difundida na mídia impressa. A pesquisa acontece no âmbito da Comunicação e tem como objetivo identificar e analisar a produção de sentidos dos corpos masculinos e como são apresentados na revista Men’s Health Brasil, eleita como corpus para esta pesquisa, em específico se as imagens dos corpos coadunam com o padrão normativo que circula no imaginário da sociedade ocidental e as masculinidades que a publicação veicula. O método proposto para o estudo é pela teoria da análise de conteúdo (BARDIN, 2016), a partir da observação das capas da Men’s Health Brasil. O recorte temporal estabelecido concentra-se entre 2010 e 2014, reunindo 12 edições. O referencial teórico é composto pela teoria do corpo masculino (LE BRETON, 2007; KELEMAN, 1999), pelas teorias do Patriarcado de (LERNER, 2019; MUSZKAT, 2018), pelas teorias da masculinidade hegemônica (CONNELL; MESSERSCHMIDT, 2013; JABLONKA, 2021; BOLA, 2020), pelas teorias da dominação masculina (BOURDIEU, 2021), pelas teorias do consumo (BAUMAN, 2008; BAITELLO JR., 2012; CONTRERA, 2017) e pela teoria do imaginário comunicacional (CONTRERA, 2013). Os resultados da pesquisa afirmam que as narrativas midiáticas influenciam na construção do imaginário social e, por consequência, na produção de sentido sobre o corpo masculino, que passa a ser idealizado. Os corpos veiculados nas capas da Men´s Health Brasil coincidem com o padrão normativo da sociedade ocidental. São homens predominantemente poderosos e bem-sucedidos socialmente. Nas capas, os corpos são estereotipados, uma vez que oferecem imagens de um único padrão. A pesquisa também aponta que a presença feminina nas capas sempre está atrelada a uma imagem erotizada e objetificada que contribui com o machismo e a manutenção do estereótipo da mulher.
