O tema desta pesquisa orbita em torno da presença dos conteúdos míticos arcaicos presentes na produção da Cultura de Massas contemporânea. As narrativas midiáticas transportam arquétipos, que atravessam a história do ser humano, criando formas de ser e estar em sociedade e de se relacionar com a realidade, o outro e a própria identidade. O objetivo é desvelar os conteúdos míticos arcaicos latentes na narrativa fílmica Matrix (The Matrix 1999), o corpus da pesquisa. O estudo é instaurado pelas perguntas problemas: quais conteúdos arcaicos/míticos latentes esses filmes transportam? Qual o resultado da apropriação dos mitos arcaicos pela Cultura de Massas? A hipótese se fundamenta na proposição de que as narrativas midiáticas são fenômenos que compõem imaginários que alimentam e são alimentadas pela cultura e atuam, de forma oculta, com arquétipos arcaicos e de forma explícita, com estereótipos midiáticos. Nessa linha, a suposição deste estudo se ancora no argumento de Edgar Morin e Malena Contrera no qual a Cultura de Massas se apropria do Imaginário Cultural e o transforma em produtos midiáticos padronizados para o entretenimento e consumo do grande público. O procedimento metodológico adotado é a pesquisa bibliográfica e exploratória orientada pela revisão da literatura. Para a análise da narrativa Matrix, é aplicada a perspectiva teórica do Imaginário Midiático (Mediosfera) proposta por Malena Contrera. Os resultados sugerem que a Cultura de Massas e o processo midiático de apropriação implicam a estereotipia do Imaginário Cultural. Consequentemente, na narrativa fílmica Matrix, os temas míticos são reconfigurados em clichês e estereótipos.