A Casa do Mestre Ananias e os atravessamentos da capoeira ancestral na metrópole paulistana: comunicação, culturas urbanas e identidades

Resumo

O universo das tradições ancestrais negras da capoeira angola, ligadas ao Recôncavo Baiano, colidem com o cotidiano urbano da região do Bixiga, área central da metrópole paulistana. Esta pesquisa busca escurecer o pensamento, para clarear a compreensão de uma organização de sentidos que produzem significados que negociam e em outros momentos são contraditórios para a cosmologia ocidental branca. Uma maneira de organizar o caos criativo da complexidade do ser e estar da vida na cidade, pelo reencontro com uma construção ancestral que permite vínculos e identidades protagonistas naquele espaço de ação. A Casa do Mestre Ananias se torna uma “ilha” para angústia de uma diversidade não inclusiva de uma cidade agressiva, de onde o sujeito não se percebe como representado e valorizado. Um espaço que articula as referências residuais, revisitando a Bahia, costumes e pessoas de outros tempos e espaços, em construções de um ideal mais humano e democrático. Repleto de contradições, que desarticulam a imposição de identidades subalternizadas, em novas possibilidades de produção de sentidos através da arte da capoeira e seus atravessamentos.