Don’t go with the flow ou pelo direito de ser infeliz: o contra-flow queer como recurso afetivo em jogos digitais
Autor(es)
Lucas Goulart Teixeira, Henrique Caetano Nardi, Adriana da Rosa Amaral
Instituição
Universidade Paulista
Publicado em
Revista Intexto
Resumo
Este artigo tem como objetivo realizar uma crítica aos usos do chamado flow presente no game design. Composto como uma importante teoria responsável por definir o que é um bom jogo, o flow foi uma ferramenta desenvolvida para possibilitar uma experiência otimizante e produtora de felicidade. Contudo, essa experiência apresenta substratos ideológicos que acabam por colocá-la como uma ferramenta de continuidade do sistema vigente, que deve permanecer acrítica. Utilizando-se de mecânicas originalmente compostas para o flow e da crença de jogadores/as nesse contexto, cenas avant gard queer estadunidenses compõem o contra-flow: uma proposta de perturbação da diversão escapista apresentada pelo flow mainstream, utilizando-se de posições subjetivas históricas das comunidades LGBTQ e feministas para criar sentimentos de angústia, frustração e tristeza. Essas produções revelam-se como uma proposição crítica do flow, demonstrando suas relações ideológicas e políticas.