A influência da confiança na adoção e implementação do blockchain no setor educacional.

Resumo

O blockchain é uma tecnologia que registra dados de maneira descentralizada, segura e de forma transparente, considerada inviolável devido à impossibilidade de modificar as transações, após serem validadas. Considerando estas características, o blockchain já está sendo utilizado em diversos setores. Porém, no segmento educacional, ainda está nos estágios iniciais de adoção, principalmente devido à falta de confiança por parte dos gestores a respeito das funcionalidades e recursos necessários para a implementação desta tecnologia. Nesse contexto, este trabalho visa estudar a influência da confiança na adoção e implementação da tecnologia blockchain nas Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil. O presente estudo utiliza uma abordagem qualitativa exploratória, buscando compreender o construto confiança no contexto do setor educacional. Os dados foram coletados por meio de questionário semiestruturado e entrevistas on-line. A pesquisa identificou que, para a maioria dos potenciais usuários do blockchain, a confiança influencia positivamente as IES, pois benefícios como compartilhamento seguro de dados e transparência nas transações, poderiam otimizar a rotina diária e evitar fraudes de documentos acadêmicos, propiciando um ambiente de trabalho cooperativo e confiável. Além disso, compreende-se a confiança como necessária para superar desafios relacionados às questões como custos e privacidade. Nesse sentido, esta pesquisa contribui com pesquisadores, gestores e agentes das IES, permitindo maior compreensão sobre a influência da confiança nas relações entre os agentes das IES e sobre os avanços do blockchain no setor educacional como um sistema com potencial para gerar confiança. Como limitação, destaca-se a escassa literatura sobre blockchain, por ser uma tecnologia emergente. Assim, observa-se que não há pesquisas sobre sua aplicação na educação no Brasil. Outra barreira foi o distanciamento social imposto pela pandemia (COVID-19), o que impossibilitou a coleta presencial de dados. Para estudos futuros sugere-se pesquisas quantitativas ou mistas, abordando os demais níveis da educação.