O tema análises em políticas públicas apresentou alto volume de publicações na última década, para o tema cidades inteligentes, relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS-2030). A diversidade de estudos estimulou o levantamento preliminar do Estado da Arte para identificar o estágio de estudos sobre análises de políticas públicas de mobilidade urbana, que indicou o predomínio de pesquisas que analisam de forma reativa, políticas já implementadas, com os temas governança, centralidade e resultados. O levantamento também delimitou o surgimento de novas tendências, para inferir que o fenômeno cultura possa se tornar um elemento determinante e antecedente para detectar fatores de influência ao fracasso de políticas públicas. Definiu-se cultura como práticas, hábitos e comportamentos atitudinais, categorizados como precedente, inercial e desenvolvida, para estabelecer um modelo transversal de análises de políticas públicas de mobilidade urbana. A partir do framework apresentado, realizou-se o teste de campo, por meio da análise documental de uma política de mobilidade de uma cidade brasileira, para detectar fatores de insucesso e resiliência pela ótica da cultura. Como resultado, os fatores da categoria cultura inercial são de difícil mensuração preventiva, devido a falhas no mapeamento de fatores culturais precedentes, para antever soluções. Como contribuição infere-se a cultura como imprescindível à proposição de modelos de análises e em planos gerenciais de políticas públicas.
