A convergência tecnológica no radiojornalismo Do rádio em que o ouvinte é feito para ouvir para o rádio em que o ouvinte faz a pauta: lógicas de produção em tempos de interatividade
Anexos
Informações
Título
A convergência tecnológica no radiojornalismo Do rádio em que o ouvinte é feito para ouvir para o rádio em que o ouvinte faz a pauta: lógicas de produção em tempos de interatividade
Autor(es)
Adriana Aparecida Cury
Orientador(es)
Antonio Adami
Data de Defesa
13/06/2016
Resumo (EN)
The main purpose of this study is to identify transformations on the journalistic performance of radio stations with the media convergence’s accentuation on the last decade, specially relating to interactivity or interaction with the listener. For this consideration we outlined the scenario of radio journalism from the new technology of communication to elucidate, firstly, the possibilities of gathering, production, and propagation of reports in this new scenario, and secondly, how the communication media adhesion to the internet’s environment, highlighting site’s launch, podcasting’s availability, hearing resources via web and several communication channels with the audience - in other words, the digital journalism - changed the internal organization of the journal radio stations and the journalists’ functions and, yet, in what manner this modifications changed the concept that the listener is only supposed to listen, and inaugurated another one completely different: the listener does the script. For this purpose, three São Paulo’s journalistic broadcasters were researched in the period with more audience, at the morning. The radios Bandeirantes AM, CBN and BandNews FM were selected because the three of them are examples of how the technological convergence changed the journalistic performance. At the first one, the oldest of them, many anchormen come from the typewriter age, when they only communicated with the audience by letters and postcards. Today, however, they exchange messages, read and comment news sent by whatsapp users. At the second one, a little bit younger, the interactivity with the audience is such that there’s a weekly program called “You make the script, in which goes on air reports produced from the public’s suggestion. At” the third broadcaster, an unprecedented fact: the most audience’s anchorman disclosed to the listeners his personal cellphone number to receive opinions, suggestions and complaints from them, that, as far as possible, are taken into air. Three broadcasters, three meaningful examples of interactivity, three situations, three perspectives of how the technological convergence changes, among other reasons, through the effective participation of the listener into the schedule, the journalistic performance on the broadcast journalism. Fieldwork with six newscasters of this three radio stations reveals that all of them were unanimous attesting that broadcast journalism can’t be done anymore without the listener’s notable presence by suggesting scripts, sharing news at first hand, contesting or agreeing with the anchormen’s opinions. In this regard we conclude that, even the number of messages that goes on air being limited and the existence of filters according to the gatekeeper, the time when the listener participated only by listening has already passed. Currently, the stations which don’t give space to the listener’s participation and don’t keep constant interaction with the audience lose in terms of flow and quality of information, and stand increasingly liable to lose space to other communication media, once service delivery and instantaneousness are the main and most attractive characteristics of the radio.
Resumo
Este estudo teve como objetivo principal detectar transformações no fazer jornalístico de emissoras de rádio com a acentuação da convergência tecnológica na última década, em especial no tocante à interatividade ou interação com o ouvinte. Para esta consideração delineamos o cenário do radiojornalismo a partir das novas tecnologias de comunicação para elucidar, como primeiro objetivo, as possibilidades de captação, produção e veiculação de notícias nesse novo cenário, e, como segundo, de que modo a adesão dos meios de comunicação ao ambiente da internet, com destaque para a inauguração de sites, disponibilização de podcasting, recursos de audição via web e diversos canais de comunicação com o público, ou seja, o jornalismo digital, modificou a organização interna das emissoras e as funções dos jornalistas e, ainda, como essas alterações mudaram o conceito de que o ouvinte é feito para ouvir e inauguraram um outro, completamente diferente, a saber: o de que o ouvinte faz a pauta. Para tanto, foram estudadas três emissoras jornalísticas paulistanas no período de maior audiência do meio, o matutino. As rádios Bandeirantes AM, CBN e BandNews FM foram escolhidas por serem, as três, exemplos de como a convergência tecnológica alterou a forma do fazer jornalístico. Na primeira, mais antiga, muitos âncoras são da época da máquina de escrever mecânica e do tempo em que só se comunicavam com ouvintes por cartas e postais; hoje, no entanto, eles trocam mensagens, leem e comentam comunicações enviadas pelo WhatsApp. Na segunda, um pouco mais jovem, a interatividade com o ouvinte é tal que há um quadro semanal chamado “Você faz a pauta” em que é levada ao ar reportagem produzida com base na sugestão do público. Na terceira, um fato inédito: o âncora de maior audiência da emissora chegou a divulgar para os ouvintes o seu celular pessoal para que enviassem opiniões, sugestões, reclamações que, na medida do possível, são levadas ao ar. Três emissoras, três exemplos significativos de interatividade, três situações, três perspectivas de como a convergência tecnológica altera, entre outros motivos, por meio da participação efetiva do ouvinte na programação, o fazer jornalístico no radiojornalismo. No trabalho de campo com seis apresentadores dessas emissoras, todos foram unânimes em atestar que não se faz mais radiojornalismo sem a presença marcante dos ouvintes, sugerindo pautas, passando notícias em primeira mão, contestando ou concordando com a opinião dos âncoras. Neste sentido, concluímos que, ainda que haja limitação do número de mensagens levadas ao ar e filtros de acordo com os critérios de noticiabilidade, ficou para trás o tempo em que o ouvinte era feito para ouvir, pois, atualmente, as emissoras que não derem espaço para participação dos ouvintes e que não mantiverem interação constante com a audiência perdem em fluxo e em qualidade de informações e ficam cada vez mais sujeitas à perda de espaço para outros meios de comunicação, uma vez que prestação de serviço e instantaneidade são as principais e mais atrativas características do rádio.
Coleção
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Convergência, Interatividade, Rádio, Radiojornalismo, Ouvinte
Linha de Pesquisa
Configurações de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Mídia, Cultura e Memória
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto