Neoangiogênese peritoneal e inibição do crescimento tumoral em camundongos portadores do tumor ascítico de Ehrlich tratados com albendazol
Anexos
Informações
Título
Neoangiogênese peritoneal e inibição do crescimento tumoral em camundongos portadores do tumor ascítico de Ehrlich tratados com albendazol
Autor(es)
Naiane Clara Clemento
Orientador(es)
José Guilherme Xavier
Data de Defesa
08/12/2016
Resumo
A dependência da neovascularização para o crescimento é uma característica central da biologia tumoral. A vasculatura governa a fisiopatologia dos tumores sólidos, incluindo os processos de crescimento, invasão, metastatização e a ascite maligna. A formação da ascite em pacientes com câncer em estágio avançado é um problema de difícil manejo na clínica oncológica. Previamente foi demonstrada a supressão da efusão em camundongos nude portadores de carcinoma ovariano, tratados intraperitonealmente com albendazol (ABZ). Neste estudo testou-se a eficácia do ABZ contra o desenvolvimento do tumor de Ehrlich na forma ascítica, avaliando-se o derrame cavitário, a celularidade tumoral e a angiogênese peritoneal. Métodos: Vinte e quatro camundongos BALB/c fêmeas com 8 semanas de idade foram inoculadas intraperitonealmente com 5 x 106 células tumorais, e 6 animais mantidos sem manipulação. Após 7 dias, os camundongos inoculados foram aleatoriamente distribuídos em grupos SHAM, recebendo 1,0 mL hidroperoxi-metil-celulose(HPMC)/ip.; e ABZ, recebendo 1,0 mL albendazol (150mg/kg) suspenso em HPMC/ip. Os animais foram eutanasiados 3 e 5 dias após o tratamento. O fluido ascítico e as células tumorais foram colhidos e quantificados. O peritônio foi fixado em formol a 10%, histologicamente processado e submetido à imunomarcação para o fator VIII, procedendo-se amplificação com o método da streptavidina-biotina-peroxidase. Resultados: Não houve diferença quantitativa em relação ao processo efusivo, porém, a celularidade tumoral foi significantemente reduzida em animais do grupo ABZ em comparação aos do grupo SHAM (p<0,001,ANOVA/Tukey-Kramer). Em oposição, evidenciou-se um aumento na angiogênese em animais tratados com ABZ quando comparados aos do grupo SHAM (p<0,001, ANOVA/Tukey-Kramer). Conclusão: ABZ é um carbamato benzimidazólico anti-helmíntico largamente utilizado, atuando como uma droga ligante de microtúbulos, uma possível explicação para o efeito antiproliferativo identificado sobre o tecido tumoral. Estudos adicionais serão necessários para elucidar os mecanismos envolvidos nessa resposta.
Resumo (EN)
Introduction: The dependence of tumor growth on the development of neoangiogenesis is characteristic of cancer biology. The resulting tumor vasculature governs the pathophysiology of solid tumors and thus their growth, invasion, metastasis and malignant ascites. The formation of ascites in patients with advanced-stage cancer is a difficult problem to manage in clinical oncology. Study in OVCAR-3 tumor-bearing nude mice treated with intraperitoneal albendazole (ABZ) demonstrated the supression of malignant ascites. In the present study we tested the efficacy of ABZ against tumor growth, ascitic development and local angiogenesis on mice bearing the ascitic Ehrlich’s tumor. Methods: Twenty four BALB/c female mice 8 weeks old were inoculated with 5 x 106 tumor cells, and six animals were preserved without manipulation. Seven days after, the inoculated mice were randomly distributed in groups: SHAM, receiving 1,0 mL hidroperoxi-metil-celulose(HPMC)/ip.; and ABZ, receiving 1,0 mL albendazol (150mg/kg) suspended in HPMC/ip. The animals were sacrificed 3 and 5 days after treatment. The ascitic fluid were collected and quantified, and the tumoral cells counted. The peritoneal walls were fixed in 10% formalin, histologically processed and factor VIII antibody was applied to sections by streptavidin/biotin/HRP method. Results: The tumor celullarity of ABZ animals was significantly reduced compared with SHAM animals (p<0,001,ANOVA). In contrast we identified an increased angiogenesis in ABZ treated animals when compared with SHAM group (p<0,001, ANOVA), without effect upon malignant ascites. Conclusion: ABZ is a widely used benzimidazole carbamate antihelmintic, acting as a microtubule-targeted drug, a possible explanation for the antiproliferative effect observed. Further studies will be necessary to elucidate the exact mechanisms involved.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Albendazol, Angiogênese, Tumor de Ehrlich
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto