Fatores de virulência de Nannizzia gypsea isoladas de solo de parques do município de São Paulo
Documento
Informações
Título
Fatores de virulência de Nannizzia gypsea isoladas de solo de parques do município de São Paulo
Autor(es)
Marilia Alarcon Nogueira
Orientador(es)
Selene Dall' Acqua Coutinho
Data de Defesa
22/06/2021
Resumo
Introdução: Por sua característica zoonótica, a dermatofitose tem grande importância para a saúde pública. Particularmente, os dermatófitos geofílicos são insuficientemente estudados por serem considerados estritamente oportunistas; entretanto, Nannizzia gypsea (sin. Microsporum gypseum), que é geofílica, tem sido isolada por todo o mundo causando infecções no homem e animais, confirmando o potencial patogênico que os fungos geofílicos apresentam. O sucesso no estabelecimento da infecção pelos dermatófitos depende de varias proteínas e enzimas fúngicas, que são a chave na invasão e utilização do estrato córneo do hospedeiro; portanto, o estudo dos fatores de virulência envolvidos na patogenicidade desses fungos auxiliará na compreensão da epidemiologia das dermatofitoses. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi pesquisar a secreção de hemolisinas e das enzimas proteinase, fosfolipase, lipase e gelatinase em cepas de N. gypsea. Métodos: Foram testadas 21 cepas de N. gypsea isoladas do solo de 21 parques do município de São Paulo pela técnica de Vanbreuseghem. A produção das enzimas fosfolipase, proteinase e lipase foi verificada empregando-se placas de Petri com meio sólido contendo o respectivo substrato a ser degradado, respectivamente, gema de ovo, albumina sérica bovina e Tween 20. O teste foi considerado positivo quando ocorreu uma zona clara de degradação ao redor da colônia. Para a verificação da produção da enzima gelatinase foi empregado meio contendo gelatina, o qual foi distribuído em tubos; a semeadura ocorreu em picada e antes da leitura final, os tubos foram refrigerados a 4° C por 30 minutos. O teste foi considerado positivo quando houve liquefação do meio. Na prova da produção de hemolisinas empregou-se base de ágar sangue suplementada com 5% de sangue de carneiro desfibrinado; nesta prova, após a leitura de 14 dias, as placas foram incubadas a 32° C. Em cada um dos testes, após a semeadura, as placas foram incubadas por 14 dias a 25° C, realizando-se leituras aos 5, 7, 10 e 14 dias. Resultados: Todas as 21 cepas de N. gypsea produziram fosfolipase aos 14 dias, gelatinase, a partir de 10 dias, proteinase e lipase, a partir de 7 dias de incubação. Em relação à fosfolipase, a maioria das reações foi fortemente positiva para a produção da enzima. Aos 14 dias a 32° C, se verificou hemólise em 81,0% (17/21) das cepas, sendo 82,4% (14/17) de α-hemólise (hemólises parciais) e 17,6% (3/17) de β-hemólise (hemólise total). Todas as cepas de N. gypsea testadas produziram enzimas e/ou hemolisinas, consideradas fatores de virulência, revelando seu potencial de patogenicidade. Os intervalos de leitura ideais para a produção das enzimas fosfolipase, proteinase, lipase e gelatinase foram, respectivamente, 14, 7, 7 e 10 dias; em relação à atividade hemolítica sugere-se 14 dias com temperatura de 32° C. Conclusão: A presença de N. gypsea, com a produção de fatores de virulência em solos de parques do município de São Paulo, pode representar potencial risco de infecção aos humanos e animais que usufruem desses espaços dedicados ao lazer.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Dermatófitos geofílicos; dermatofitose; enzimas; hemolisinas;
Área de Concentração
Patologia Ambiental e Experimental
Linha de Pesquisa
Patologia Integrada e Translacional
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Clininfec - Clínica e Doenças Infecciosas Veterinárias
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto
Financiamento
Universidade Paulista