Estudo In Vivo do potencial terapêutico de vesículas extracelulares liberadas por células de Adenocarcinoma Mamario em modelo Murino

Resumo

Vesículas extracelulares de células tumorais têm potencial para serem usadas como vacinas contra o câncer, pois possuem grande número de antígenos tumorais que podem desencadear resposta imune do hospedeiro. Resultados anteriores do grupo mostraram que vesículas extracelulares (VEs) liberadas por células de adenocarcinoma mamário 4T1 (4T1-VEs) influenciaram o perfil fenotípico de macrófagos RAW 264.3 em modelo in vitro, entretanto seus efeitos em modelo biológico in vivo não foram avaliados. Assim, o objetivo do presente trabalho foi investigar o possível efeito terapêutico das 4T1-VEs em camundongos com tumores de mama. Para isto, coletas de sobrenadantes de cultura de células 4T1 nos tempos de 2, 4, 6, 8, 20, 24 e 48 horas foram realizadas para seleção do tempo com maior concentração de particulas, com tamanhos semelhantes as vesículas extracelulares pequenas (<100 nm). Em seguida, camundongos BALB/c foram primeiramente inoculados via subcutânea com células 4T1 e após sete e quatorze dias, 4 μg de VEs liberadas por células 4T1 após 20 h de cultura (4T1-VEs), na presença ou ausência de suspensão de Propionibacterium acnes (P. acnes), foram inoculadas por via intraperitoneal (i.p). Sete dias após segunda dose do tratamento, animais foram eutanasiados para análises histopatológicas do tumor, linfonodos, baço e pulmões, além de quantificação de citocinas e linfoproliferação. Avaliação do estado geral dos animais, medições do tamanho tumoral e peso foram também realizados durante todo o período de experimentação. Resultados obtidos no presente trabalho e apresentados em formato de artigo que será submetido ao periódico Immunobiology, demonstraram que animais tratados com 4 ug de 4T1-VEs + P.acnes apresentaram diminuição do volume tumoral, além de apresentar menor número das divisões celulares das células tumorais. Em conjunto, os dados aqui apresentados evidenciam pela primeira vez, o potencial de VEs liberadas por células tumorais para o desenvolvimento de vacinas com fins terapêuticos para canceres agressivos como o câncer de mama.