Efeitos do zinco e do paracetamol no comportamento tipo-depressivo de ratos induzido por lipopolissacarídeo
Anexos
Informações
Título
Efeitos do zinco e do paracetamol no comportamento tipo-depressivo de ratos induzido por lipopolissacarídeo
Autor(es)
Danilo Cabral
Orientador(es)
Thiago Berti Kirsten
Data de Defesa
30/06/2017
Resumo
A depressão pode ser desencadeada por fatores imunes/inflamatórios e possui alta comorbidade como o comportamento doentio e a ansiedade. Os medicamentos antidepressivos existentes apresentam eficácia limitada. O zinco e o paracetamol, além de interferirem no sistema imune, já demonstraram efeito benéfico no tratamento da depressão, quando administrados concomitantemente a doses subefetivas dos antidepressivos. O objetivo do estudo foi utilizar o zinco e/ou paracetamol como tratamento do comportamento doentio, da ansiedade e do comportamento tipo-depressivo em ratos. Induzimos o comportamento doentio e tipo-depressivo em ratos Wistar adultos com administrações repetidas de lipopolissacarídeo (LPS, endotoxina bacteriana gram-negativa). Os ratos receberam zinco e/ou paracetamol por três dias consecutivos. Avaliações: (1) comportamento doentio (diariamente pelo peso corporal e atividade geral em campo aberto); (2) ansiedade (teste claro-escuro); (3) comportamento tipo-depressivo/antidepressivo (teste do nado forçado); (4) corticosterona e interferon (IFN)-gama plasmáticos; e (5) proteína glial fibrilar ácida (GFAP) e tirosina hidroxilase (TH) encefálicos. Avaliações 4 e 5 são biomarcadores ligados ao sistema neuroimune e/ou a depressão, para entendimento dos mecanismos envolvidos. O LPS induziu o comportamento doentio e o comportamento tipo-depressivo, assim como elevou os níveis de IFN-gama e a expressão de GFAP nos ratos. O zinco preveniu tanto os prejuízos comportamentais quanto os bioquímicos. Embora o tratamento com paracetamol e a associação zinco+paracetamol tenham revelado aparente efeito benéfico na melhora de alguns parâmetros, não se pode afirmar este ser um efeito robusto. A ansiedade, corticosterona e TH parecem não estarem relacionadas às demais alterações comportamentais e neuroimunes. Assim, pudemos destacar o efeito benéfico do sulfato de zinco no tratamento do comportamento doentio e tipo-depressivo, sem o auxílio de antidepressivos. Além disso, nossos achados relativos ao IFN-gama e GFAP revelaram sua relação com a gênese do comportamento doentio e da depressão e que os tratamentos que tenham a capacidade de interferir com os níveis de IFN-gama e a expressão de GFAP podem auxiliar na melhora dos sintomas desses transtornos.
Resumo (EN)
Depression can be triggered by immune/inflammatory factors and presents high comorbidity with sickness behavior and anxiety. Antidepressant drugs are considered to be of limited effectiveness. Zinc and paracetamol interfere with immune system and have demonstrated a beneficial effect on depression treatment when administered concomitant with subeffective doses of antidepressant drugs. The objective of this study was to use zinc and/or paracetamol as treatment of sickness behavior, anxiety, and depressive-like behavior in rats. We induced sickness behavior and depressive-like behavior in adult Wistar rats with repetitive lipopolysaccharide (LPS, gram-negative bacteria endotoxin) administrations. Rats received zinc and/or paracetamol for three consecutive days. Evaluations: (1) sickness behavior (daily body weight and open field general activity); (2) anxiety (light-dark test); (3) depressive-like/antidepressant behavior (forced swim test); (4) plasmatic corticosterone and interferon (IFN)-gamma levels; and (5) glial fibrillary acidic protein (GFAP) and tyrosine hydroxylase (TH) brain expression. Evaluations 4 and 5 are biomarkers linked with neuroimmune system and/or depression, evaluated to understand the mechanisms involved. LPS induced sickness behavior and depressive-like behavior, as well as elevated IFN-gamma levels and GFAP expression. Zinc prevented both behavioral and biochemistry impairments. Although paracetamol and zinc+paracetamol association induced apparent beneficial effect ameliorating some parameters, this was not a robust effect. Anxiety, corticosterone, and TH seem not to be related with the other behavioral and neuroimmune changes. Concluding, sulfate zinc treatment was beneficial for sickness behavior and depressive-like behavior, without antidepressant concomitant administration. IFNgamma and GFAP data revealed their relation with sickness behavior and depressive-like behavior genesis. Moreover, treatments which interfere with IFNgamma levels and GFAP expression may be considered to treat symptoms of these disorders.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Depressão, Ansiedade, LPS, Comportamento doentio
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Toxicologia do sistema nervoso central
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto