Efeito protetor do isoterápico sobre a eclosão de cistos de artemia salina intoxicadas com arseniato de sódio
Anexos
Informações
Título
Efeito protetor do isoterápico sobre a eclosão de cistos de artemia salina intoxicadas com arseniato de sódio
Autor(es)
Ednar do Nascimento Coimbra Melo
Orientador(es)
Leoni Villano Bonamin
Data de Defesa
22/12/2020
Resumo
Os oceanos são receptores finais de contaminantes, os quais geram danos ao ecossistema marinho. Os metais pesados, quando lançados no meio ambiente, podem intoxicar todos os níveis da cadeia alimentar. Em homeopatia, isoterápicos são utilizados para tratamento de intoxicações, mas pouco se sabe sobre seu uso como remediadores ambientais. Paralelamente, a Artemia salina é um microcrustáceo muito utilizado como modelo em ensaios ecotoxicológicos. Objetivo: Verificar os efeitos de isoterápicos em Artemia salina exposta a diferentes concentrações de arseniato de sódio (AS), segundo variações ambientais, como as fases lunares. Metodologia: O AS foi utilizado nas concentrações de 6.0 mg/mL, 3.0 mg/mL e 1.5 mg/mL. Os tratamentos com isoterápico (Arsenicum) nas potências 6, 30 e 200 cH foram feitos no momento da inserção dos cistos na água do mar, em placas de 96 poços. Os controles foram: cistos não desafiados, tratados com água, água sucussionada e com veículo. Os registros das atividades dos náuplios foram realizados após 24 e 48 horas, por fotografia e filmagem digitais. Análises do sedimento mineral obtido de um pool de amostras de água foram realizadas em EDS acoplados à MEV. A concentração de arsênio solúvel foi medida por ICP/OES utilizando o mesmo pool. Os tratamentos com isoterápicos e veículo foram realizados em cego. Alterações no momento dipolo da água foram verificadas utilizando corantes solvatocrômicos. Os períodos lunares observados corresponderam à Lua crescente (11 a 17 de fevereiro de 2019) e à “Superlua” (18 a 24 de fevereiro de 2019). Resultados e discussão: A taxa eclosão dos cistos aumentou após a exposição ao AS de forma concentração-dependente durante a Lua crescente e os tratamentos com isoterápicos reverteram esse efeito. Não houve efeito concentração-dependente do AS durante a “Superlua”. Na Lua crescente, todas as potências do isoterápico reduziram a taxa de eclosão (p<0.002) e houve maior precipitação de arsênio com menor concentração de arsênio solúvel nas amostras desafiadas com 6.0 mg/mL e tratadas com Arsenicum 30 cH. Alterações da mobilidade dos náuplios não foram observadas. A viabilidade dos náuplios após a eclosão foi reduzida após a exposição ao AS de forma concentração-dependente (p<0.0001), independente da fase da Lua e sem efeito dos isoterápicos. O corante ET 33 mostrou ser o melhor indicador de atividade para todas as potências de Arsenicum e para amostras de água tratadas com Arsenicum 6 cH. O corante vermelho do Nilo mostrou interação com Arsenicum 6 cH e com a água tratada com a mesma potência. Conclusão: A toxicidade do AS em Artemia salina foi concentração-dependente, mas esse efeito foi anulado na “Superlua”. Na Lua crescente, os isoterápicos em diferentes potências revertem a toxicidade do AS sobre a eclosão dos cistos, mas não modificam a viabilidade. Somente a potência 30 cH parece modificar a solubilidade do arsênio na água. A interatividade dos corantes solvatocrômicos ET 33 e vermelho do Nilo com Arsenicum sugerem mecanismos associados a variações específicas do momento dipolo da água, em função da potência utilizada.
Resumo (EN)
The oceans are final recipients of contaminants, which damage the marine ecosystem. Heavy metals, when released to the environment, can poison all levels of the food chain. In homeopathy, isotherapies are used to treat poisoning, but little is known about their use as environmental remediators. At the same time, Artemia salina is a microcrustacean widely used as a model in ecotoxicological tests. Objective: To verify the effects of isotherapics on Artemia salina exposed to different concentrations of sodium arsenate (AS) in function of environmental variations, such as lunar phases. Methodology: AS was used at concentrations equal to 6.0 mg / mL, 3.0 mg / mL and 1.5 mg / mL. The treatments with isotherapic (Arsenicum) in potencies 6, 30 and 200 cH were made at insertion of the cysts in seawater, in 96-well plates. The controls were: non-challenged cysts, cysts treated with water, suction water or vehicle. The records of nauplii activities were performed after 24 and 48 hours, by digital photography and filming. Analyzes of the mineral sediment obtained from a pool of water samples were performed in EDS coupled to SEM. The concentration of soluble arsenic was measured by ICP / OES using the same pool. The treatments with isotherapics and vehicle were carried out blind. Changes in the dipole moment of water were verified using solvatochromic dyes. The lunar periods observed corresponded to the crescent moon (11 to 17 February 2019) and the “supermoon” (18 to 24 February 2019). Results and discussion: The hatching rate of the cysts increased after exposure to AS in a concentration-dependent manner during the crescent moon, and treatments with isotherapies reversed this effect. There was no concentration-dependent effect of AS during the “supermoon”. In the crescent moon, all potencies of isotherapics reduced the hatching rate (p<0.002) and there was a greater arsenic precipitation with lower concentration of soluble arsenic in the samples challenged with 6.0 mg / ml and treated with Arsenicum 30 cH. Changes in the mobility of nauplii were not observed. The viability of nauplii after hatching was reduced after exposure to AS in a concentration-dependent manner (p <0.0001), regardless of the moon phase and without effects of isotherapics. The ET 33 dye proved to be the best activity indicator for all potencies of Arsenicum, and for water samples treated with Arsenicum 6 cH. The red Nile dye showed interaction with Arsenicum 6 cH and with water treated with the same potency. Conclusion: The toxicity of AS in Artemia salina was concentration-dependent, but this effect was canceled out in the “supermoon”. In the crescent moon, isotherapics in different potencies reverse the toxicity of AS on the outbreak of the cysts, but do not modify the viability. Only the 30 cH potency seems to modify the solubility of arsenic in water. The interactivity of solvatochromic dyes ET 33 and Nile red with Arsenicum suggests mechanisms associated to specific variations in the dipole moment of water, in function to the used potency.
Tipo
Tese
Palavras-chave
Arsênio; homeopatia; bioresiliência; bioremediação; fases da Lua.
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto