Culture and propagation of microsporidia of veterinary interest – culture of microsporidia B-1 Cells as a component of the immune response against murine encephalitozoonosi
Anexos
Informações
Título
Culture and propagation of microsporidia of veterinary interest – culture of microsporidia B-1 Cells as a component of the immune response against murine encephalitozoonosi
Autor(es)
Lidiana Flora Vidoto da Costa
Orientador(es)
Maria Anete Lallo
Data de Defesa
20/08/2015
Resumo
Os microsporídios são parasitas intracelulares obrigatórios que são encontrados tanto em hospedeiros invertebrados como em vertebrados (ANANE; ATTOUCHI, 2010). Estes organismos foram descritos como protozoários, no entanto, atualmente são reconhecidos como fungos atípicos sem mitocôndrias (FRAZEN, 2008). De mais de 1200 espécies de microsporídios, 17 são conhecidas por infectarem seres humanos (FAYER; SANTIN-DURAN, 2014). Os estudos indicam que as espécies que infectam o homem também infectam animais e a diferença entre as mesmas está ligada a variações genotípicas (FRAZEN, 2008). Os conhecimentos sobre microsporidiose humana e animal ainda são limitados devido às dificuldades na identificação dos esporos, sua forma infectante, pela microscopia de luz, por serem pequenos, mesmo utilizando-se o maior aumento de 1000x (WEBER et al., 1994). Em meados da década de 80, verificou-se que a microsporidiose, quando associada à imunossupressão causada pela infecção com o Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV, determinava um quadro de diarreia aguda importante (DESPORTES et al., 1985), e o número desses casos descritos aumentaram após 1990 (DIDIER, 2005). A imunossupressão causada por anticorpos antiTNFα, pelo emprego de drogas quimioterápicas e/ou imunomoduladoras usadas em transplante de órgãos, tem sido reconhecida como importante fator de risco para o desenvolvimento da infecção por microsporídios (KHAN et al., 2001; LALLO et al., 2012). No entanto, a microsporidiose humana não é restrita a pessoas imunossuprimidas, mas também pode ocorrer em indivíduos imunocompetentes. Até agora, os microsporídios descritos em seres humanos incluem: Encephalitozoon cuniculi, E. intestinalis, E. hellem, Enterocytozoon bieneusi, Microsporidium africanum, M. ceylonensis, Microsporidium sp, Pleistophora ronneafiei, Trachipleistophora hominis, T. anthropopthera, Tubulinosema sp, Anncalia algerae, A. connori, A. vesicularum, Nosema ocularum, Nosema sp. e Vittaforma corneas (DIDIER, 2005). O cultivo in vitro de microsporídios permite o estudo do ciclo de vida, do metabolismo, da patogênese, do diagnóstico e também funciona como repositório desses patógenos, o que possibilita pesquisas biomoleculares, genéticas e epidemiológicas (MOLESTINA et al., 2014). Além disso, as culturas também têm sido usadas para determinar a eficácia dos agentes antimicrobianos contra vários microsporídios, incluindo Encephalitozoon cuniculi, E. hellem, e E. intestinalis (WOLK et al., 2000). Embora o cultivo de microsporídios não seja fundamental para os laboratórios de diagnóstico de rotina, o cultivo in vitro continua a fornecer o diagnóstico de confirmação de microsporidiose em seres humanos e animais, bem como na utilização desses esporos para infecções experimentais, que forneceram dados relevantes sobre a resposta imune contra esses patógenos (MENG et al., 2014). Como o estudo de microsporidiose em medicina veterinária é incipiente e a cultura celular é uma ferramenta indispensável para o seu estudo, o primeiro artigo aborda uma revisão bibliográfica que tem como objetivo (i) descrever os microsporídios relevantes para a área veterinária e (ii) descrever cultivo in vitro destes patógenos. A imunidade celular é crítica para a sobrevivência de hospedeiros infectados por E. cuniculi, sendo as células T CD8+as principais responsáveis pela resistência à infecção. Existem linhagens de camundongos mais sensíveis e outras mais resistentes à infecção por E. cuniculi, o que tem sido evidenciado pela alta porcentagem de macrófagos parasitados após a inoculação intraperitoneal, sugerindo uma base genética para a resistência inata (NIEDERKORN et al., 1981). Por se tratar de um agente oportunista, os camundongos imunodeficientes, tais como os atímicos e os SCID, são os que desenvolvem a doença letal após a inoculação experimental de E. cuniculi (SCHMIDT; SHADDUCK, 1983; KOUDELA et al., 1993), geralmente manifestada na forma disseminada e caracterizada por ascite e a presença de esporos em todos os sistemas orgânicos. Em contrapartida, pouco se sabe sobre a participação das células B (B-1 e B-2) no desenvolvimento de uma resposta imune contra este agente patogênico e sobre as suas relações com as células efetoras, especialmente macrófagos e células T CD8 + responsáveis pela imunidade e a eliminação da E. cuniculi. No segundo estudo, objetivou-se avaliar o papel das células B-1 na infecção experimental pelo E. cuniculi, verificando se o camundongo BALB/c XID (deficiente em células B-1) é uma linhagem mais suscetível à infecção por E. cuniculi, e traçar o perfil das populações celulares e das citocinas Th1/Th2 na infecção experimental pelo E. cuniculi.
Resumo (EN)
Microsporidia are obligate intracellular mitochrondria-lacking pathogens that rely on host cells to grow and multiply. Microsporidia, currently classified as fungi, are ubiquitous in nature and are found worldwide. They infect a large number of mammals and are recognized as opportunistic infection agents in HIV-AIDS patients. Its importance for veterinary medicine has been unveiled in recent years through the description of clinical and subclinical forms of infection in domestic and wild animals. Domestic and wild birds may be infected by the same human microsporidia, reinforcing their zoonotic potential. Microsporidiosis in fish are prevalent and cause significant economic losses for fish farming. Some species of microsporidia have been propagated in cell cultures, which may provide conditions for the development of diagnostic techniques, understanding of pathogenesis and immune responses and for the discovery of potential therapies. Unfortunately, the cultivation of these parasites is not fully standardized inmost research laboratories, especially in the veterinary field. The aim of this review is to relate the most important microsporidia of veterinary interest and demonstrate how these pathogens can be grown and propagated in cell culture for diagnostic purposes or for pathogenesis studies. Cultivation of microsporidia allowed the study of its life cycle, metabolism, pathogenesis, diagnosis, and may also serves as a repository for these pathogens for molecular, biochemical, antigenic, and epidemiological studies.
Tipo
Tese
Palavras-chave
Células B, Células B-1, Microsporídios, Encephalitozoon cuniculi
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Clininfec - Clínica e doenças infecciosas veterinárias
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto