Ativação precoce na prole de ratas por lipopolissacarídeo (LPS) promove alterações comportamentais e imunes sexualmente dimórficas
Anexos
Informações
Título
Ativação precoce na prole de ratas por lipopolissacarídeo (LPS) promove alterações comportamentais e imunes sexualmente dimórficas
Autor(es)
Lívia Pereira Teixeira
Orientador(es)
Maria Martha Bernardi
Data de Defesa
29/01/2010
Resumo
Algumas evidências indicam que a ativação imune aguda com LPS no período neonatal modifica diversos processos fisiológicos, comportamentais e a resposta a doenças na idade adulta, os quais são modulados pelo tempo de exposição, sexo e estímulo imunológico. Este trabalho investigou os efeitos comportamentais da ativação do sistema imune por LPS (50μg/kg) prole feminina e masculina de ratas administrado no 2º dia de vida pós-natal. Estes ratos receberam na idade adulta um desafio com a mesma endotoxina (100μg/kg) antes das observações comportamentais e da análise do sistema imune. Empregaram-se modelos animais ligados à emocionalidade/exploração, ansiedade e depressão e analisaram-se os níveis de corticosterona plasmática, o leucograma, células hematopoiéticas medulares e os níveis de citocinas no sangue, baço e linfonodos após o desafio com LPS. Os resultados mostraram que a administração neonatal de LPS alterou o dimorfismo sexual nos modelos comportamentais estudados após o desafio com a endotoxina, na celularidade sanguínea e medular bem como nos níveis de citocinas. Os resultados sugeriram que a ativação precoce do sistema imune por LPS promove comportamento doentio e menor ansiedade em fêmeas e não em machos. Por outro lado, ratos machos do grupo experimental não apresentaram comportamento doentio, e sim menores sinais de ansiedade e depressão. A análise do número total de leucócitos circulantes e de células da medula óssea indicou que houve aumento significante em ratos machos do grupo experimental com relação àqueles do grupo controle. Não houve alterações nestes parâmetros nas fêmeas de ambos os grupos. Em relação à dosagem de citocinas no linfonodo, as fêmeas expostas neonatalmente ao LPS secretaram mais IL-1β que machos de mesmo tratamento e muito mais que fêmeas que não foram tratadas neonatalmente com LPS; resultados similares foram vistos quando da dosagem de TNFα, porém sem significância estatística. No baço não foram observadas alterações entre os grupos nos níveis de IL-1β, porém, fêmeas tratadas neonatalmente secretaram mais TNFα que fêmeas e machos dos grupos não tratados; em machos tratados neonatalmente houve menor secreção de TNFα neste local. No soro verificou-se a existência de dimorfismo sexual nas secreções de IL-1β e TNFα. O tratamento com LPS apenas na idade adulta aumentou a secreção de IL-1β em relação aos machos de grupo de mesmo tratamento. Com relação aos níveis sericos da corticoesterona verificou-se aumento significante nas fêmeas tratadas com salina e desafiadas com o LPS; porém, aquelas femeas também tratadas neonatalmente e desafiadas com a endotoxina não apresentaram aumento nos níveis deste hormônio. Nos machos dos dois grupos não foram detectadas diferenças significantes. Estes dados permitem sugerir que a exposição em período precoce da vida ao LPS em fêmeas promove maior comportamento doentio, menor ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal, maiores níveis de IL-1β no soro e linfonodos e nenhuma alteração na celularidade avaliada, o que corrobora com a redução neste grupo dos níveis de corticosterona. Em machos a administração neonatal de LPS seguida, na idade adulta, do desafio imune não promoveu comportamento doentio no campo aberto, não alterou a ansiedade no labirinto em cruz elevado e reduziu a depressão no modelo de natação forçada. Por outro lado, observou-se nestes animais redução significante na celularidade sanguínea e medular e redução na secreção de TNFα no baço.
Resumo (EN)
Some evidence indicates that acute immune activation with LPS in the neonatal period alters several physiological processes, behavior and response to diseases in adult age, which is modulated by the exposure time, gender and immune stimulation. This study investigated the dimorphic behavioral and immune effects of female and male offspring exposure to LPS (50µg/kg) administered on day 2 of postnatal life. ln addition, these rats received in adulthood a challenge with the same endotoxin (100µg/kg). The open field , plus maze and swimming behavioral tests were employed to investigate the sexual dimorphic effects of LPS perinatal exposure in adult rats. Also, the corticosterona plasma levels, the leucogram and bone marrow hematopoietic cells as well as the cytokine levels in the blood, spleen and lymph nodes after challenge with LPS were analyzed. Results showed that, in general, perinatal LPS administration altered the sexual dimorphism in the behavioral patterns studied after challenge with endotoxin, the sexual dimorphism of the blood and bone marrow cellularity and the levels of cytokines. These results suggest that early activation of the immune system by LPS promotes sickness behavior and less anxiety in females rather than males. Moreover, experimental male rats did not presented sickness behavior, but les anxiety and depression. The analysis of the total number of leukocytes and the total number of bone marrow cells indicated that there was a significant increase in experimental male rats relative to those in the control group. There were no changes in these parameters in females of both groups. ln relation to the cytokines levels in lymph, females exposed perinatally to LPS secreted more IL-1 B than males of the same treatment and more than females who were not treated perinatallly with LPS; similar results were seen in the TNFa levels, but the data did not reach statistical significace . ln the spleen, no changes were observed between groups in the IL-1 B levels. However, experimental females challenged in adult age secreted more TNFa than females and males of the groups not treated perinatally; Experimental males had lower secretion of TNFa on this site. lt was also observed a sexual dimorphism IL-1 B and TNFa secretion in serum. Treatment with LPS in adulthood increased the secretion of IL-1 B compared to males of the same treatment group. These findings suggested that exposure in the early stages of life to LPS in females promotes greater sickness behavior, less activation of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis, higher levels of IL-1 B in serum and lymph nodes and no change in cellularity assessed, which confirms the reduction in this group the levels of corticosterone. ln males the neonatal administration of LPS then into adulthood, the immune challenge did not produced sickness behavior in the open field, did not alter the anxiety in the elevated plus-maze and reduced the depression in the forced swimming model. On the other hand it was observed in these animals a significant reduction in blood and bone marrow cellularity and a reduction in the secretion of TNFa in the spleen.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Lipopolissacarídeo, Depressão, Ansiedade, Atividade Geral, Dimorfismo Sexual, Imunidade
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Toxicologia do sistema nervoso central
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto