Efeito do estresse na percepção da dor decorrente da hipersensibilidade dentinária após desafio erosivo em ratos. Validação de modelo animal
Anexos
Informações
Título
Efeito do estresse na percepção da dor decorrente da hipersensibilidade dentinária após desafio erosivo em ratos. Validação de modelo animal
Autor(es)
Marcelo Ribeiro Bergamini
Orientador(es)
Cintia Helena Coury Saraceni
Data de Defesa
28/02/2013
Resumo
Objetivos: Os objetivos deste estudo foram: (1) estabelecer um modelo animal para hipersensibilidade dentinária a ser obtida por meio de desafio erosivo, correlacionando dados qualitativos e comportamentais; (2) avaliar, em modelo animal, a influência do estresse na percepção da dor decorrente de hipersensibilidade dentinária após desafio erosivo. Métodos: Artigo 1: Trinta e seis ratos Wistar machos foram divididos em quatro grupos (n = 09), dois controle (C30 e C45) e dois experimentais (E30 e E45). Os ratos dos grupos E30 e E45 receberam durante 30 ou 45 dias, respectivamente, como água de bebida, uma solução isotónica (Gatorade ®, o sabor de limão, pH 2,7) e os grupos controle (C30 e C45) receberam água potável. No 15º dia de tratamento, dois ratos de cada grupo foram submetidos ao teste de hipersensibilidade, ou seja, um estímulo de água fria, durante 5 segundos, na superfície vestibular de molares. A resposta à dor foi avaliada por meio de escores (0; 0,5; 1; 2 ou 3). Em 30 e 45 dias de tratamento, o teste de sensibilidade foi realizado em todos os ratos e a ansiedade foi observada em um modelo de labirinto em cruz elevado. Semanalmente, os ratos foram pesados. Após a eutanásia, as adrenais foram pesadas, os estômagos foram observados, rim e fígado foram preparados para avaliação histológica e as mandíbulas foram removidas e preparadas para análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Resultados: Em 15, 30 e 45 dias de tratamento, os escores atribuídos à sensibilidade nos grupos controle foram zero. Escores do grupo experimental foram: zero em 15 dias; 2 (0,5-3) nos 30 dias e 2 (1-3) em 45 (p <0,001 teste de Mann-Whitney). A análise em MEV, mostrou que os dentes dos ratos experimentais apresentaram túbulos dentinários totalmente expostos em 30 dias e, em 45 dias, um maior grau de perda estrutural e exposição dentinária foram observados. Nos ratos do grupo controle, os túbulos dentinários estavam obliterados por plugs de camada de esfregaço. Os estômagos mostraram padrão de normalidade até o período de 30 dias. No período de 45 dias, foram observadas lesões compatíveis com gastrite e úlcera. A avaliação histológica do rim e fígado não apresentou alterações em nenhum dos períodos avaliados.
Conclusão: Os resultados indicaram que a solução isotônica foi capaz de induzir hipersensibilidade dentinária em 30 dias após desafio erosivo e a partir desse período um severo grau de erosão e hipersensibilidade foram obtidos, com comprometimento dos estômagos. Os resultados permitem-nos concluir que 30 dias é um período de tempo suficiente e adequado para indução de hipersensibilidade dentinária por meio de desafio erosivo, sem que haja comprometimento de outros órgãos. Artigo 2 – Quarenta ratos Wistar machos foram divididos em quatro grupos (n = 10). Os ratos do G1 receberam água potável e não foram induzidos ao estresse, G2 e G3 receberam uma solução isotônica [Gatorade ®, sabor limão, pH 2,7] como água de bebida, a fim de induzir a erosão e, consequentemente, a hipersensibilidade dentinária. Ratos do G2 não foram induzidos ao estresse e G3 foram submetidos ao estresse por meio da indução por restrição de movimentos (1 h de agitação - stress metrô de Nova York) e G4 recebeu água potável e foram induzidos ao estresse. A avaliação do estresse foi realizada pelo modelo de campo aberto. O peso corporal de todos os grupos foi tomado semanalmente. Após 30 dias, todos os grupos foram submetidos ao teste de hipersensibilidade avaliada por estímulos de água fria na superfície vestibular dos molares, por 5 segundos e a resposta à dor foi avaliada por meio de escores 0; 0,5; 1; 2 ou 3. O sangue dos animais foi coletado para dosagem dos níveis de corticosterona. Após a eutanásia, as adrenais foram pesadas, os estômagos foram observados e as mandíbulas foram removidas para análise em MEV. O rim e o fígado foram submetidos à avaliação histológica. Resultados: A percentagem de frequência de locomoção em campo aberto na área periférica foi aumentada no G4, em relação a todos os grupos. A análise do SEM (Scanning Electron Microscope) dos elementos dentários mostrou túbulos dentinários expostos no G3 e G4. Avaliação anatomopatológica de estômago e análise histológica do rim e do fígado não apresentaram alterações. Os resultados relativos ao nível de corticosterona, estão sendo tabulados. Os ratos do G2 apresentaram escores mais elevados de hipersensibilidade dentinária do que G1 (p <0,05) e os do grupo G3 apresentaram as maiores pontuações em comparação com o G1 e G2 (p <0,001), confirmando que o estresse aumentou a resposta à dor. Os ratos do grupo G3 tiveram perda de peso corporal e frequência de locomoção reduzidos em comparação com G1 (p <0,05) e os dos grupos G2 e G3 mostraram aumento na duração de imobilidade. Não foram observadas diferenças entre a frequência de rearing e defecação. A porcentagem de frequência de locomoção na area periférica do campo aberto foi aumetnada no G4 em relação aos outros grupos. A análise em MEV dos elementos dentários mostrou padrão de erosão com túbulos dentinários expostos nos grupos G2 e G3. Os estômagos apresentaram padrão de normalidade, assim como rins e fígados. Os resultados relativos aos níveis de corticosterona peso ainda estão sendo tabulados. Conclusão: Artigo 2: Os resultados obtidos mostraram padrão de erosão e hipersensibilidade dentinária em 30 dias e o teste comportamental foi consistente com o grau de erosão. O estresse teve uma influência significativa na hipersensibilidade dentinária revelada por um aumento da resposta ao estímulo térmico, redução de peso corporal e dados comportamentais.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Hipersensibilidade dentinária, Estresse, Ratos
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Esquemas terapêuticos e curativos propostos e preconizados no tratamento das doenças bucais
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto