Medindo desigualdades para superar de forma sustentável as armadilhas da pobreza das nações: o caso de Moçambique
Anexos
Informações
Título
Medindo desigualdades para superar de forma sustentável as armadilhas da pobreza das nações: o caso de Moçambique
Autor(es)
Estêvão Salvador Langa
Orientador(es)
Biagio Fernando Giannetti
Data de Defesa
11/12/2019
Resumo (EN)
The raise of poverty in Mozambique results in remarkable regional disparities: nearly one out of two Mozambicans is trapped in chronic poverty, and about 25% of the population is highly vulnerable. Assessing strategies and alternatives for a sustainable development depends on the employment of an adequate human welfare theory and adequate accounting methods to determine whether the nation is heading towards such goal. This work applies EMErgy accounting, the 5 SEnSU model, and the Performance Target to assess the inequality in the use of resources in Mozambique. This work evaluated the performance between Mozambique and the SADC, and its most important partners, which constitute 80% of the local trade, in social, economic, and environmental indicators, considering the countries world median. Mozambique’s economy resources were assessed by EMergy accounting, and finally, the inequalities in the trades between the social, economic, and environmental sectors of the 5 SEnSU model proposed as representative of Mozambique’s economy were also evaluated. The results evidence the existence of high inequalities in the exchange between Mozambique’s social, economic, and environmental sectors. Large inequalities in the performance between Mozambique and the countries considered were also observed. In SADC performance assessment, Mozambique fared a low 10% global performance (IDEAS), negatively influenced by economic efficiency indicators on CO2 and the population under the poverty line, compared to Mauritius, which fared the best regional performance, in the 64% range, in a 0%-100% performance rating scale. In the relationship with the export-import destination-origin countries, respectively, Mozambique fared the worst performance, with an average performance inequality of 9.5 times, in comparison with the best performers, which places it in an unfavorable position trade-wise. In the trades between economy sectors, families are more benefitted in terms of purchasing power in salaries and wages than the benefit contained in the hours worked in the economic sector. On the other hand, families lose benefits when buying goods from economy, while the benefit received is only that which comes from the environment. Mozambique still holds carbon credits and has a resource capacity that is higher than the soil and forest losses that result from resource extraction. The performance inequalities are explained, in large part, by the GDP differences among countries. The inequalities between sectors are explained by the country’s and the populations’ high dependence on the environment, which places them in a state of vulnerability. Mozambique needs to develop mechanisms of intervention in key sectors and in agro-productivity, health and education areas, while GDP-growth strategies must walk alongside CO2 reduction, and the reduction in the number of inhabitants living below the poverty line.
Resumo
O aumento da pobreza em Moçambique tem resultado em disparidades regionais notáveis: quase um em dois moçambicanos está preso na armadilha da pobreza crônica e cerca de 25% da população é altamente vulnerável. Avaliar estratégias e alternativas de um desenvolvimento sustentável dependerá do emprego de uma teoria adequada do bem-estar humano e de métodos contábeis orientados para determinar se o país está em direção a esse objetivo. Este trabalho utiliza a contabilidade em EMergia, Modelo de 5 SEnSU e Alvo de Desempenho para medir a desigualdade na vertente do uso de recursos para o caso de Moçambique. O trabalho avaliou o desempenho entre Moçambique e a SADC, e com principais parceiros que perfazem 80% do comércio, nos indicadores social, econômico e ambiental, considerando a mediana mundial dos países. Os recursos da economia de Moçambique foram avaliados com base na contabilidade em EMergia e, por fim, também foram avaliadas as desigualdades nas trocas entre setores social, econômico e ambiental do Modelo 5 SEnSU proposto como representativo da economia de Moçambique. Os resultados mostraram que existem altas desigualdades nos cenários das trocas entre setores social, econômico e ambiental de Moçambique, assim como verificou-se grandes desigualdades nos desempenhos entre Moçambique e os países considerados. Na avaliação de desempenhos na SADC, o país apresentou desempenho global (IDEAS) baixo de 10% influenciado negativamente pelos indicadores da eficiência econômica sobre o CO2 e população abaixo da linha de pobreza, comparado com a Maurícia, com melhor desempenho da região de 64%, numa escala de avaliação de 0% a 100% de desempenho. Na relação com países destino e origem das exportações e importações, respectivamente, o país apresentou o pior desempenho e uma desigualdade média de desempenho de 9,5 vezes com países com melhores desempenhos, colocando Moçambique numa posição desfavorável no comércio. Nas trocas entre os setores da economia, as famílias recebem mais benefícios em termos de poder de compra em salários e remunerações do que o benefício contido nas horas trabalhadas no setor econômico. Por outro lado, as famílias perdem em benefícios quando compram bens na economia, sendo que o benefício recebido é somente aquele vindo de recursos gratuitos (meio ambiente). Moçambique ainda é um país com crédito de carbono e possui uma capacidade de recursos superior à perda do solo e floresta resultante da extração desses recursos. As desigualdades nos desempenhos são explicadas em grande parte pelas diferenças do PIB entre países. As desigualdades entre setores são esclarecidas pela grande dependência que o país e as populações têm com o meio ambiente, o que os coloca numa situação de vulnerabilidade. Moçambique precisa desenvolver mecanismos de intervenção em setores-chave e em áreas de produtividade agrícola, saúde e educação, sendo que as estratégias de aumento do PIB devem estar acompanhadas da redução de CO2 e redução de número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza.
Tipo
Tese
Palavras-chave
Desigualdade, Pobreza, Desempenho, Emergia, Sustentabilidade, Modelo 5 SEnSU
Área de Concentração
Sustentabilidade em Sistemas de Produção
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Produção e Meio Ambiente
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto