Comercialização da Soja Brasileira: Avaliação em Emergia

Resumo

As exportações de soja, economicamente, apresentam diversas vantagens, como o aumento da lucratividade e da produtividade do agronegócio, a qualidade dos produtos e o panorama brasileiro positivo no cenário internacional. Em contrapartida, o Brasil é, em média, 80% dependente da compra de recursos não renováveis para sua produção, como fertilizantes e agrotóxicos. Nesse contexto, esta dissertação irá avaliar, no período de 2015 a 2019, as trocas nas exportações de soja e na importação de recursos não renováveis para o seu plantio, bem como avaliar se há vantagens em processar os recursos primários e vendê-los por um valor superior. A pesquisa utiliza a metodologia da Contabilidade em Emergia e emprega os indicadores EBR (Emergy Benefit Ratio) para avaliar a relação da emergia recebida em materiais com o dinheiro pago, o EER (Emergy Exchange Ratio) que avalia o benefício de uma relação comercial e o OR (Opportunity Ratio) que estima um potencial aumento de PIB (Produto Interno Bruto) considerando o processamento interno dos recursos como alternativa à exportação de matéria prima bruta. Os resultados mostram que o Brasil se beneficia quando compra/importa fertilizantes do mercado internacional, mas tem desvantagem na compra de agrotóxicos. A exportação de grãos e farelo é, em geral, desfavorável ao Brasil, porém, neste estudo avaliou-se que a comercialização do óleo de soja seria favorável e poderia gerar um potencial aumento do PIB, no setor de agricultura, em até duas vezes. Os resultados obtidos apresentam uma visão quantitativa das trocas comerciais relacionadas à produção de soja e que contribui para pesquisas futuras em busca de trocas comerciais mais justas.