Recontando Histórias – Mídia e memória na resistência da comunidade caiçara de Trindade-Paraty

Resumo

O presente trabalho visa analisar mídias presentes no movimento social de resistência da comunidade de Trindade-Paraty (RJ), que sofreu com a especulação imobiliária nos anos 1970 e travou uma luta pela permanência em seu território durante um período de aproximadamente dez anos. O objetivo com a análise das mídias é provocar a discussão sobre mídia, memória e resistência. É igualmente relevante aproximar do cenário acadêmico o tema das minorias e de grupos sociais pressionados pelo sistema. A hipótese de que a mídia é incorporada à memória que funciona como resistência norteia os caminhos desta dissertação. A metodologia qualitativa de análise e interpretação fílmica, com enfoque no áudio de dois documentários: Vento Contra (Adriana Mattoso, 1979) e Trindadeiros, 30 anos depois (Davi Paiva e Silvio Delfim, 2008); a análise discursiva segundo Mikhail Bakhtin de um documento escrito pela comunidade em questão e a análise de três fotografias significativas dos momentos de luta, apoiada em referenciais teóricos de Vilèm Flusser e Harry Pross, configuram o escopo do trabalho. A análise dessas mídias, amparada pelo referencial teórico de Maurice Halbwachs e Michel Pollak sobre identidade e memória, fundamentou a discussão sobre mídia e memória.