Misoginia e Seximos na Mídia Impressa Brasileira: Uma Análise Semiótico-Discursiva da Imagem das Candidatas à Presidência da República (1989 a 2018)
Anexos
Informações
Título
Misoginia e Seximos na Mídia Impressa Brasileira: Uma Análise Semiótico-Discursiva da Imagem das Candidatas à Presidência da República (1989 a 2018)
Autor(es)
Janete Monteiro Garcia
Orientador(es)
Paolo Demuru
Data de Defesa
14/02/2020
Resumo (EN)
The present study proposes a semiotic analysis on the construction of the image of the candidates for the presidency of the Republic in the Brazilian print media, between 1989 and 2018. The first woman to participate in the election was Lívia Maria Ledo Pio de Abreu, in 1989. In 1998, almost ten years later, Thereza Ruiz postulated the post. In 2006, Ana Maria Rangel and Heloísa Helena, entered the dispute. Four years later, in 2010, Dilma Rousseff and Marina Silva were candidates. In 2014, Dilma Rousseff ran for reelection, with Marina Silva former Deputy Luciana Genro. In the 2018 elections, three candidates ran for the election, namely: Marina Silva, Vera Lúcia and Manuela D'Ávila, who one week after official candidacy by PCdoB, undid the same to compose the Workers Party (PT) plate as deputy from Fernando Haddad. Our main research problem is to show the ways in which the media act in building the image of candidates for presidential elections. In this respect, there are four hypotheses that we defend: the first, of a general nature, is that the media acted dysphorically in the composition of each candidate as a subject incapable of performing the function for which she was intended; The second is that through verbal and imagetic language, the political and media discourses conveyed by O Globo, The State of S. Paulo (Estadão), The Folha de S. Paulo, Magazines Veja, That is, Exame and Epoca created and propagated gender stereotypes disqualifying the candidates, reiterating in each of these processes the culture of prejudice, submission, sexism and misogyny that permeates the Brazilian political scene; The third is that these stereotypes are consolidated through the emergence of precise thematic roles (the witch, the hysteric, etc.). The fourth is that, according to the theory of narrativity proposed by the French School of Semiotics of Algirdas J. Greimas, it is difficult for women to establish themselves as “subjects” and at the most, actuarially as “adjuvants” or assistants. The projection released by the Davos Forum in Switzerland (G1, 2018) points out that it will take approximately 200 years for women's rights to be respected, among other frightening statistics, inspiring this work. We use as a basis for theoretical and methodological foundation the semiotic concepts based on Greimas and Courtés (2008), Greimas (1975, 1984, 2017), Eric Landowski (1992, 2004, 2012, 2014), Jean-Marie Floch (1987), Ana Cláudia Oliveira (2004), authors in the field of communication such as Muniz Sodré (2016), semiotics and politics Paolo Demuru (2018, 2019) and Maria Paula Piotto da Silveira Guimarães (2012). Others researching gender including Adriana Piscitelli (2009) and in the field of women's representation in the media and politics, Flávia Biroli (2010), Fernanda Ferreira Mota (2014) and Luis Felipe Miguel (2009), from the Policy Institute of the University of Brasilia.
Resumo
O presente estudo propõe uma análise semiótica sobre a construção da imagem das candidatas à presidência da República na mídia impressa brasileira, entre 1989 e 2018. A primeira mulher a participar do pleito foi Lívia Maria Ledo Pio de Abreu, em 1989. Em 1998, quase dez anos depois, Thereza Ruiz postulou ao cargo. Já em 2006, Ana Maria Rangel e Heloísa Helena, entraram na disputa. Quatro anos mais tarde, em 2010, Dilma Rousseff e Marina Silva foram candidatas. Em 2014, Dilma Rousseff concorreu à reeleição, com Marina Silva e a ex-deputada Luciana Genro. Nas eleições de 2018, três candidatas concorreram ao pleito: Marina Silva, Vera Lúcia e Manuela D’Ávila, que uma semana após oficializar candidatura pelo PCdoB, desfez a mesma para compor a chapa do Partido dos Trabalhadores (PT) como vice de Fernando Haddad. Nosso principal problema de pesquisa consiste em mostrar as formas de atuação da mídia na construção da imagem das candidatas às eleições presidenciais. A esse respeito, são quatro as hipóteses que defendemos: a primeira, de caráter geral, é de que a mídia atuou disforicamente na composição de cada candidata como sujeito incapaz de exercer a função a qual se propunha; a segunda, é que por meio da linguagem verbal e imagética, os discursos políticos e midiáticos veiculados pelo O Globo, O Estado de S. Paulo (Estadão), A Folha de S.Paulo, Revistas Veja, Isto É, Exame e Época criaram e propagaram estereótipos de gênero desqualificando as candidatas, reiterando em cada um desses processos a cultura do preconceito, da submissão, do sexismo e da misoginia que permeia o cenário político brasileiro; a terceira, é que esses estereótipos se consolidam por meio da emergência de precisos papéis temáticos (a bruxa, a histérica, etc.); a quarta é que, conforme a teoria da narratividade proposta pela Escola Francesa da Semiótica de Algirdas J. Greimas, dificilmente a mulher consegue se firmar como “sujeito”, ficando no máximo com o papel actancial de “adjuvante” ou ajudante”. A projeção divulgada pelo Fórum de Davos, na Suíça (G1, 2018), aponta que levará aproximadamente 200 anos para que os direitos da mulher sejam respeitados, entre outras estatísticas assustadoras, o que inspirou a realização desse trabalho. Usamos como base para fundamentação teórica e metodológica os conceitos semióticos fundados em Greimas e Courtés (2008), Greimas (1984, 2017, 1975), Eric Landowski (1992, 2004, 2012, 2014), Jean-Marie Floch (1987), Ana Cláudia Oliveira (2004), autores da área da comunicação como Muniz Sodré (2016), da semiótica e política Paolo Demuru (2018, 2019) e Maria Paula Piotto da Silveira Guimarães (2012), além de outros que pesquisam gênero incluindo Adriana Piscitelli (2009) e no campo da representação da mulher na mídia e na política, Flávia Biroli (2010), Fernanda Ferreira Mota (2014) e Luis Felipe Miguel (2009), do Instituto de Política da Universidade de Brasília.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Política, Semiótica, Greimas
Linha de Pesquisa
Contribuições da mídia para a interação entre grupos sociais
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Semiopol - Semiopolítica dos Processos Socioculturais e Midiáticos
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto