Estética cinematográfica do “estranho” feminino em Carrie, A Estranha
Anexos
Informações
Título
Estética cinematográfica do "estranho" feminino em Carrie, A Estranha
Autor(es)
Juliana Porto Chacon
Orientador(es)
Juan Guillermo Droguett
Data de Defesa
28/09/2007
Resumo (EN)
The cinematographic aesthetics of the female "stranger" in Carrie, is the title of this master's degree dissertation the purchase of which is to reflect upon how the aesthetic conception of a cinematographic work is capable of generating identification among the receiving public, using the symbolic field as an instrument of representation of one "possible reality." ln search an explanation as to how the cinematographic phenomenon interacts with the female audience, contributing to the generation of effects, we went into the theoretical bases of the phenomenology of perception and of quantum physics, understanding those two currents as being the fundamental pillars for the viewer's natural perception, in the face of the symbolic field of the work in question. Constructed from the basic principles of the horror genre, the film Carrie, seeks to involve the spectator in a religious theme arising out of the aesthetic of unfamiliarity. ln order to define this aesthetic of unfamiliarity, we based our study on the four psychoanalytical questions lived by the main characters (Anguish, Impulse, Narcissism and Desire), and which are considered to be crucial for the conception of what is Beautiful/Horrible in the construction of an image. Still in connection with the constituent elements of the fictional narrative in Carrie, which in this case is constituted in the film's own protagonism, there is the problem of the genres directly associated to the selection of the viewing public. A study regarding the production of effect, by means of the statements brought by the movies, could represent a rich path of knowledge in terms of human perception, as the cinematographic phenomenon represents one of the largest resources for arousing human sensations. Therefore, this dissertation is justified by its proposal to discuss in greater depth cinematographic aesthetics and the symbology utilized in the creative process of the movies, for the image construction of the work that, certainly, it represents the link between the work and the viewer, in other words, between fiction and the subject, or even between human beings and the media society. This is a theoretical study that deepens our understanding regarding the concepts proposed by the authors that constitute the project's theoretical reference in the different fields of knowledge: the theory of perception, cinematographic aesthetics and quantum physics. We also took into account the presence of a practical and exploratory research in that study, to the extent that the theoretical concepts are applied in the analysis of the cinematographic phenomenon as reproductive device of reality which, by using symbols in its aesthetic construction, allows the work to generate an identification with the viewing public. The theoretical base of the dissertation is based on three authors whose works belong to different fields of knowledge. ln our approach to the central questions that refer to the human being's individual possibility of constructing his own knowledge and his own reality, forming in this way, an uneven network of signs accounting for multiple "world visions", we will use quantum physics, which represents a typical ideology of the 20th century, by means of the scientist Amit Goswami and his work A Física da Alma: uma explicação científica para a reencarnação, a imortalidade e experiências de quase morte (2005). ln the explanation regarding how the symbology present in the work is capable of generating sense effect, guaranteeing the identity with the viewer, we used the work A Percepção: uma teoria semiótica (1998), by Lúcia Santaella. Still in relation to the analysis of the private network of signs of each observer, caused by the cinematographic aesthetics, we used the concepts of Maria Inês França and her work Psicanálise, Estética e Ética do Desejo (1997), in the explanation of the conflicts experienced by the main characters (mother and daughter), as decisive factors of the creative process of the stylistic resources of the Beautiful/Horrible aimed at the female audience. Based on these theoretical foundations, we stress that the following study intends to explain the aesthetics of unfamiliarity, based on the categories of the Beautiful/Horrible and on the theory of reception, defining the parameters of female reception within the context of cinematographic identification.
Resumo
Estética cinematográfica do “estranho” feminino em Carrie, A Estranha é o título dessa dissertação de mestrado que tem o objetivo de refletir sobre como a concepção estética de uma obra cinematográfica é capaz de gerar identificação com o público receptor, utilizando o campo simbólico como instrumento de representação de uma “realidade possível”.
Em busca da elucidação sobre como o fenômeno cinematográfico interage com a audiência feminina, contribuindo para a geração de efeitos, adentramos as bases teóricas da fenomenologia da percepção e da física quântica, entendendo essas duas correntes como os pilares fundamentais para a percepção natural do espectador, frente ao campo simbólico da obra em questão. Construído a partir dos princípios básicos do “gênero terror”, o filme Carrie, A Estranha, busca envolver o receptor em uma temática religiosa emergida da assim denominada estética do estranhamento. Para definição desse estranhamento estético, apoiamos nosso estudo nas quatro questões psicanalíticas, vividas pelas personagens principais (Angústia, Pulsão, Narcisismo e Desejo), que são consideradas cruciais para a concepção do Belo/Horrível na construção de uma imagem. Ainda com relação aos elementos constituintes da narrativa ficcional em Carrie, A Estranha, que nesse caso se constitui no próprio protagonismo do filme, aparece a problemática dos gêneros associada diretamente à seleção do público espectador. Um estudo sobre a geração de efeito, por meio dos enunciados trazidos pelo cinema, pode representar um rico caminho de conhecimento sobre a percepção humana, à medida que o fenômeno cinematográfico representa um dos maiores recursos para o despertar das sensações humanas. Assim, essa dissertação justifica-se por aprofundar as discussões existentes sobre a estética cinematográfica e a simbologia empregada no processo criativo do cinema, para a construção imagética da obra que, certamente, representa o elo entre a obra e o receptor, ou seja, entre a ficção e o sujeito, ou ainda, entre o ser humano e a sociedade midiática, típica dos séculos XX e XXI. Este estudo é caracterizado (a) por uma pesquisa teórica que aprofunda o entendimento sobre os conceitos propostos pelos autores que constituem o referencial teórico do projeto, nos diferentes campos do conhecimento: teoria da percepção, estética cinematográfica e física quântica; (b) por uma pesquisa prática e exploratória, à medida que os conceitos teóricos são aplicados na análise do fenômeno cinematográfico como aparelho reprodutor da realidade que, ao utilizar símbolos em sua construção estética, permite que a obra gere uma identificação com o público espectador.
A base teórica da dissertação é constituída por três autores cujas obras pertencem a campos distintos do conhecimento. Na abordagem sobre as questões centrais que se referem à possibilidade individual do ser humano construir seu próprio conhecimento e sua própria realidade, formando assim uma rede ímpar de signos responsáveis por múltiplas “visões de mundo”, utilizamos a física quântica, que representa uma ideologia típica do século XX, por meio do cientista Amit Goswami e sua obra A Física da Alma: uma explicação científica para a reencarnação, a imortalidade e experiências de quase morte (2005). Na exposição sobre como a simbologia presente na obra é capaz de gerar efeito de sentido, garantindo a identidade com o espectador, utilizamos a obra A Percepção: uma teoria semiótica (1998), de Lúcia Santaella. Ainda com relação à análise da rede de signos particular de cada observador, suscitada pela estética cinematográfica, empregamos os conceitos de Maria Inês França e sua obra Psicanálise, Estética e Ética do Desejo (1997), na elucidação dos conflitos vividos pelas personagens principais (mãe e filha), como fatores determinantes do processo criativo dos recursos estilísticos do Belo/Horrível voltados para o público feminino. A partir dessas fundamentações teóricas, o estudo procura fundamentar a estética do estranhamento, a partir das categorias do Belo/Horrível e da teoria da recepção, definindo os parâmetros de recepção feminina no contexto da identificação cinematográfica.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Cinema, Estética, Percepção, Psicanálise, Estranhamento
Linha de Pesquisa
Cultura midiática e grupos sociais
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Escola crítica de cinema
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto