Do front para as manchetes: a trajetória de uma líder sem-terra na Folha de S. Paulo
Anexos
Informações
Título
Do front para as manchetes: a trajetória de uma líder sem-terra na Folha de S. Paulo
Autor(es)
Ana Paula Saab de Brito Martins
Orientador(es)
Barbara Heller
Data de Defesa
10/08/2007
Resumo (EN)
The objective of this dissertation is to investigate the discourses composed by the newspaper Folha de S. Paulo about the militant woman of the Movimento Sem Terra (ln free translation to English "No-Land Moviment"), in the Pontal do Paranapanema (SP), Brasil, in the years 1995 and 1996. We analyzed a series of 7 4 texts, among news, opinion articles, profiles, and editorial, published since October of 1995 until December of 1996. The images of Diolinda has been composed during the 7 4 texts, that sometimes tried to make her essence satanic as a terrorist formed in Cuba, and sometimes tried to make her soul as a sacrament, setting her side by side to Mother Mary and others themes associated to the Christianism. We began from the comprehension that the journalistic discourse, that gives the appearance of impartial, incorporates ideologies of determinated socials groups, producing effects in the reader. The objective's effects and truth are the most common. There is the intention to reinforce determinate values and social models by means of discourses. To make over again this trajectory and elucidate the voices that compose "diolindas", we will take as theoretical support the presupposes of the philosopher's language Mikhail Bakhtin and his concepts of enunciado/enunciação, dialogismo e ideologia, and the linguist Jacqueline Authier-Revuz.
Resumo
O presente trabalho destina-se a investigar os discursos construídos pela Folha de S. Paulo sobre a mulher militante do Movimento Sem Terra (MST), a partir das prisões de Diolinda Alves de Souza, no Pontal do Paranapanema (SP), nos anos de 1995 e 1996. Analisamos uma série de 74 textos, entre notícias e reportagens, artigos de opinião, perfis e editoriais publicados entre 31 de outubro de 1995 e dezembro de 1996, nos quais o jornal constrói imagens da militante sem-terra. As imagens de Diolinda foram sendo construídas ao longo das 74 matérias, que ora tentaram satanizá-la como terrorista que se formou em Cuba, ora tentaram sacralizá-la, colocando-a ao lado de Nossa Senhora e outros enunciados fortemente ligados ao Cristianismo. Partiremos do entendimento de que o discurso jornalístico, aparentemente tido como imparcial, incorpora ideologias de determinados grupos sociais, produzindo certos efeitos no leitor. Os efeitos de objetividade e de verdade são os mais comuns. Há a intenção de reforçar determinados valores e padrões sociais por meio dos discursos. Para refazer essa trajetória e elucidar as vozes que constroem as “diolindas”, tomaremos como suporte teórico o filósofo da linguagem Mikhail Bakhtin e seus conceitos de enunciado/enunciação, ideologia e dialogismo, e a linguista Jacqueline Authier-Revuz, que também trata da heterogeneidade da língua. A pesquisa revelou, portanto, como a mídia jornalística – que se diz imparcial – construiu, dependendo do momento sócio-político, ora uma Diolinda santificada e mártir, ora uma Diolinda terrorista e demoníaca.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Mídia impressa, Movimento Sem Terra, Discurso, Mulher
Linha de Pesquisa
Cultura midiática e grupos sociais
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Mídia, cultura e política: identidades, representações e configurações do público e do privado no discurso midiático
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto