Acá no hay Brujos y Hechiceros: O imaginário da Umbanda na mídia da Região do Prata
Anexos
Informações
Título
Acá no hay Brujos y Hechiceros: O imaginário da Umbanda na mídia da Região do Prata
Autor(es)
Ivete Maria Soares Ramirez Ramirez
Orientador(es)
Maurício Ribeiro da Silva
Data de Defesa
04/12/2019
Resumo (EN)
Our research work starts from the hypothesis that the African mother religions are produced as the main target of religious intolerance. We observe in the media, not only in Brazil, discriminatory acts extrapolated as national borders, directions to neighboring countries Argentina and Uruguay. Thus, print and other media follow up on these cases with the disclosure of stories about open hostility to blacks and religious cults caused by Africanity. In this case, there is no research problem that addresses the extent to which media interfere with the imaginary of individuals as religious intolerance over African mother religions. The relevance of the theme falls within the scope of the Postgraduate Program in Communication, in the area of concentration Communication and Media Culture, relevant to the Research Line: Configuration of Products and Processes of Media Culture, through the Research Project on Religious Intolerance and the Symbolic, in the Media Research and Imaginary Studies group. The aim of the research was to analyze the relationship of the marks of religious discrimination derived from Africanity in print and other media. The empirical cut was presented by the religious practice of Umbanda, coming from the Afro-indigenous-Kardecist-Christian syncretism, of Brazilian origin, having as spatial cut Rio Grande do Sul, Argentina and Uruguay. The method of analysis was presented to guide the theme in the theoretical references involving prejudice and religious imaginary, as well as to verify the relationship of these episodes in the print media and other media in the origins and unfolding of stigmatization against Umbanda. The survey was conducted between July 2018 and January / September 2019. A Pentecostal movement action was found, validating myths and prejudices by demonizing and conducting persecution of Umbanda practitioners and other religious rituals caused by Africanity. Note the disqualification from the presence and culture of indigenous and black groups. It was evidenced the discriminatory fact using justification attributed to racism, also inserting itself in the symbolic field with distorted view on the religiosity. Ethnic-religious discrimination goes back to slavery and submission, as well as ignorance of the protocols of origin and syncretism arising from the rituals of indigenous and black peoples. By similarity in Brazil, Argentina and Uruguay, cases of attacks on Indians and blacks were observed, regarding religiosity and body erasure. As for the media, these items are fraught with prejudice and human rights violations, implying psychological and moral experiences according to the user's identity. The media specializing in common sense misunderstanding leads to acts of vandalism, abuse of authority and disrespect for religiosity.
Resumo
A Umbanda é conhecida por ser uma religião genuinamente brasileira. Concorre para esta conclusão o fato de ter sido originada no Rio de Janeiro, nos primórdios do século XX, e por ser representativa das três matrizes originárias do povo brasileiro: a europeia, a indígena e a africana, uma vez que traz no bojo de sua liturgia e visão de mundo caracteres relacionados ao catolicismo, ao espiritismo, ao culto dos orixás, uso de ervas e outros elementos. Esta perspectiva não atenta para o fato de que a colonização ibérica levada a cabo na América, em grande medida associou tais caracteres culturais em outros locais diferentes do Brasil. Na Região do Prata, o processo de embranquecimento da população ocorrido no sul brasileiro, na Argentina e no Uruguai, constitui-se de uma a falsa impressão de que neste território a presença indígena e africana não mais se apresenta. Apesar do imaginário associado ao imigrante espanhol, português, italiano ou alemão muito presente nessas áreas, as estatísticas censitárias demonstraram autodeclarações de pessoas com genes negros e índios, aliado a esse fato, indicam ainda forte presença de religiões não europeias como a Umbanda (sobretudo no Rio Grande do Sul e na Argentina) e o Candombe (no Uruguai). Diante deste cenário, esta pesquisa, inserida no âmbito dos estudos de Comunicação e Cultura Midiática, pertinente à Linha de Pesquisa Configuração de Produtos e Processos da Cultura Midiática, está focada na questão da presença, do apagamento e das disputas relativas ao imaginário das religiões de origem africana e indígena nesta região, com recorte delimitado na Umbanda. A hipótese principal é que há homologia entre os processos de estigmatização presentes no Brasil e nos países do outro lado da fronteira, denotando que, mais do que um processo relacionado ao domínio sociopolítico-cultural português, emerge um etnocentrismo próprio do catolicismo ibérico, que tende a demonizar práticas culturais e religiosas originadas nos povos subalternos de suas ex-colônias, sendo tais caracteres culturais ligados à fundação dos atuais processos de intolerância contra a religião Umbanda na contemporaneidade. Ante este quadro, constituímos a análise de manifestações presentes no ambiente midiático (jornais, revistas, blogs e outros) argentino e uruguaio, buscando identificar os caracteres associados à intolerância presentes nos textos, nos títulos, manchetes, imagens e outros elementos. Tais conteúdos foram organizados a partir de uma perspectiva qualitativa a qual, corroborando a hipótese principal, identifica forte presença do imaginário originado no catolicismo ibérico, presente desde os tempos coloniais, criminalizando e demonizando por meio dos argumentos apresentados nos meios de comunicação contemporâneos, levando à conclusão de que a perspectiva da aceitação e da tolerância não se faz presente nos países estudados, diferentemente do que é declarado no contexto social, político e cultural. A fundamentação teórica assenta-se na contribuição de pensadores do imaginário (Gilbert Durand; Norval Baitello Jr.; Campbell; Contrera, M.; Silva, M. R. da; Pross; Eliade, M.; Klein, Alberto) da cultura (Bystrina; Morin Pritchard, E.; Fligerio, Alejandro; Oro, Ari; Jung; Augé: Clark; Viveiros de Castro; Florestan Fernandes; Milton Santos; Gruzinsk; e da comunicação (Le Bretton; Leloup; Pross; Klein; Silva, Maurício R. da; Romano; Miklos; Contrera, Malena; Marcondes Filho, Ciro; Baitello Jr. Norval; Muniz Sodré; Flusser; ...).
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Mídia, Umbanda, Imaginário, Intolerância, Discriminação Religiosa
Linha de Pesquisa
Contribuições da mídia para a interação entre grupos sociais
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Mídias e Estudos do Imaginário
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto