A introdução do e-book no mercado editorial brasileiro: mudança tecnológica, conflitos e resistências
Anexos
Informações
Título
A introdução do e-book no mercado editorial brasileiro: mudança tecnológica, conflitos e resistências
Autor(es)
José de Mello Junior
Orientador(es)
Barbara Heller
Data de Defesa
24/06/2016
Resumo (EN)
For the past two decades the ebook coexists with the printed book. Many projections were made to analyse the fall of the printed copy and the ascension of the digital one. However, different from other medias, easily substituted by new digital formats, the paper book demonstrates great resistance. In the brazilian publishing market this resilience phenomenon of the printed culture has been even bigger than in other editorial markets. We believe that political, economical and cultural factors have been motivating this resistance. In our research of mixed concurrent methods, we performed two surveys with university students and brazilian book editors, as well as, deep interviews with the two groups. Our objective was to verify if there was some sort of editors opposition affecting the introduction of the ebook into the market. Moreover, identify if the attachment of the university student readers towards, the reception of long texts and books, is attached to the paper printed format and if the readers are adherent to the reading of these long texts in digital screens. We have also tried to identify if the generational difference between natives and digital immigrants influences the adherence process towards the digital book. In addition to the interviews, 800 questionnaires were applied between university students and editors. The result of the research demonstrates that the resistance of the editors towards the ebook diminished as they organized themselves to exercise, in the negotiations with Amazon, Google, Apple and Kobo, control over the attribution of prices and the digitalization rhythm of the books. The quantitative and qualitative results converged, demonstrating there is a strong attachment from university students towards reading the paper printed format, as well as a relative rejection towards the reading of long texts in digital screens. The users of ereaders like Kindle, Lev and Kobo, demonstrated less resistance towards the reading in digital screens, but also a strong attachment to paper. No significant statistical difference was found between the digital natives and the digital immigrants regarding the latent adherence to technology, paper printed culture and the reading in digital screens.
Resumo
Há duas décadas, o e-book (ebook) convive com o livro impresso. Diversas projeções foram feitas por analistas sobre o declínio do impresso e a ascensão do digital. Porém, diferentemente de outras mídias, rapidamente substituídas por novos formatos digitais, o livro em papel demonstra grande resistência. No mercado editorial brasileiro esse fenômeno de resiliência da cultura impressa tem sido ainda maior do que em outros mercados editoriais. Acreditamos que fatores políticos, econômicos e culturais têm motivado essa resistência. Em nossa pesquisa de métodos mistos concomitantes, realizamos dois levantamentos um com estudantes universitários e outro com editores brasileiros de livros, assim como entrevistas em profundidade com os dois públicos. Nosso objetivo foi verificar se havia algum tipo de oposição dos editores afetando a introdução do e-book no mercado. Identificar se a recepção dos leitores universitários de textos longos e de livros encontra-se muito apegada ao formato impresso em papel. Descobrir se esses leitores são aderentes à leitura desses textos longos em telas de dispositivos eletrônicos. Também verificamos se a diferença geracional entre nativos e imigrantes digitais influencia o processo de adesão ao livro eletrônico. Além das entrevistas, foram aplicados mais de 800 questionários entre estudantes universitários e editores. O resultado da pesquisa demonstra que a resistência dos editores ao e-book diminuiu à medida que se organizaram para exercer, nas negociações com Amazon, Google, Apple e Kobo, o poder de controle sobre atribuição de preços e o ritmo de digitalização dos livros. Os resultados quantitativos e qualitativos convergiram, demonstrando haver um forte apego dos universitários à leitura do formato impresso em papel, assim como uma relativa rejeição à leitura de textos longos em telas. Os usuários de e-readers como Kindle, Lev e Kobo demostraram menos resistência à leitura em telas, mas também um forte apego ao papel. Não foi encontrada diferença estatística significativa entre as atitudes de nativos digitais e imigrantes digitais nas variáveis latentes aderência tecnológica, cultura do impresso em papel e leitura em telas de dispositivos eletrônicos.
Coleção
Tipo
Tese
Palavras-chave
Nativos Digitais, E-book, Mercado Editorial Brasileiro, Cultura do Impresso, Leitura em Telas, E-readers
Linha de Pesquisa
Contribuições da mídia para a interação entre grupos sociais
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Mídia, Cultura e Política: Identidades, Representações e Configurações do Público e do Privado no Discurso Midiático
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto