Comunicação urbana, arte e resistência: um estudo sobre o “Ocupa Ouvidor”
Anexos
Informações
Título
Comunicação urbana, arte e resistência: um estudo sobre o "Ocupa Ouvidor"
Autor(es)
Priscila Miranda Bezerra
Orientador(es)
Simone Luci Pereira
Data de Defesa
30/06/2022
Resumo
As cidades são um campo heterogêneo e de produção da alteridade, onde formas de comunicação urbana resultam de suas dinâmicas em constante articulação. Os estudos sobre cidades revelam o contexto de urbanização excludente das grandes metrópoles, onde os espaços são constantemente privatizados, demonstrando o caráter de cidade mercantilizada, bem como revelando as noções de territorialidades em disputa. Há décadas, ocorrem discussões em torno do direito a cidade, um conceito polissêmico que se tornou o slogan de diversos movimentos sociais mundo a fora. Em São Paulo, há inúmeros destes movimentos, principalmente os de moradia, como também há associações, urbanistas, coletivos, apoiadores, e demais representantes da sociedade civil, lutando para que espaços sejam democratizados, representados também por classes populares, como ocorre no Centro da cidade. Essa é uma discussão ampla, onde muitas são as formas de resistência, tais como as ocupações residenciais em imóveis abandonados. Esse tipo de intervenção é comum, ocorre desde a década de 1980, frente à necessidade habitacional e a falta de moradia digna. Os imóveis abandonados é uma das consequência do despovoamento que ocorreu na região central, por volta da década de 1960, devido ao surgimento de outras centralidades, como o quadrante sudoeste, por exemplo, resultado em inúmeros espaços ociosos e degradados, ao longo do tempo. Ao mesmo tempo, parcerias entre o poder público e privado, geram a especulação imobiliária, e ainda, planos de revitalização urbana, que a partir do objetivo de restaurar os espaços, além de outras melhorias, focadas em atrair novos empreendimentos e turistas culturais, passa a beneficiar as classes mais abastadas, causando assim, a gentrificação, um fenômeno que “expulsa” embora que indiretamente, os seus antigos moradores, que são as classes populares. Essa pesquisa centra-se na análise da ocupação e Centro Cultural Ouvidor 63, formada em 2014 por um coletivo de artistas, motivados pelo imaginário de desenvolver um espaço coletivo de fomento à arte, se engajaram para ocupar um imóvel ocioso no Anhangabaú, Centro. O objetivo da dissertação é compreender a potência desta ocupação, onde formas de engajamento, resistência, artivismos, redes e fluxos geram formas de comunicabilidade urbana. A nossa investigação iniciou-se em março de 2020, ao mesmo tempo em que fomos isolados, devido à pandemia do Covid-19, tais circunstancias, nos impediram de visitar o local por mais de um ano. Inicialmente, a metodologia adotada foi o trabalho de campo de inspiração etnográfica digital, a partir da rede social Instagram, onde o coletivo é mais ativo, e posteriormente, presencial, após a abertura do espaço. Centramos na análise de uma situação, a 3ª Bienal de Artes do Ouvidor 63, ocorrida em 2021 para produzir os dados complementares e elucidar as questões levantadas neste estudo.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
comunicação urbana; ocupação artística; ouvidor 63; ativismo urbano; territorialidade;
Publicado em
BEZERRA, P. M.; PEREIRA, S. L. (Orientadora). Comunicação urbana, arte e resistência: um estudo sobre o "Ocupa Ouvidor" 2022. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Universidade Paulista, São Paulo, 2022. Disponível em: https://repositorio.unip.br/wp-content/uploads/tainacan-items/191/97756/PRISCILA-MIRANDA-BEZERRA.pdf Acesso em: dd/mm/aaaa
Área de Concentração
Comunicação e Cultura Midiática
Linha de Pesquisa
Contribuições da mídia para a interação entre grupos sociais
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Urbesom - Grupo de Pesquisa em Culturas Urbanas, Música e Comunicação
Instituição
Universidade Paulista
Financiamento
PROSUP-CAPES
Direito de Acesso
Acesso Aberto