Doses terapêuticas agudas de ivermectina prejudicam a espermatogênese com ênfase na espermiogênese em ratos adultos
Anexos
Informações
Título
Doses terapêuticas agudas de ivermectina prejudicam a espermatogênese com ênfase na espermiogênese em ratos adultos
Autor(es)
Flora Cordeiro
Orientador(es)
Maria Martha Bernardi
Data de Defesa
22/06/2018
Resumo
As avermectinas e as milbemicinas, muitas vezes também referidas como lactonas macrocíclicas, são os medicamentos antiparasitários mais vendidos no mundo, dada sua ampla utilização tanto na Medicina Veterinária e humana, quanto na agricultura. Esse trabalho apresenta inicialmente uma revisão dos principais trabalhos do nosso grupo em vários aspectos da exposição às avermectinas e suas consequências no âmbito reprodutivo, tais como redução no comportamento sexual de ratos sem experiência sexual; redução do reflexo de lordose em fêmeas e ainda, incoordenação motora fina resultando em alteração de comportamento sexual em machos e fêmeas. A seguir, oferece uma revisão sobre os aspectos anatomofisiológicos do testículo humano e do rato, enfocando o desenvolvimento pré e pós-natal, bem como sua anatomia e funções. Enfocou-se também o testículo do rato como modelo experimental na validação de estudos de reprodução. Finalmente, foi apresentado trabalho publicado “Cordeiro F, Gonçalves V Jr, Moreira N, Slobodticov JI, de Andrade Galvão N, de Souza Spinosa H, Bonamin LV, Bondan EF, Ciscato CHP, Barbosa CM, Bernardi MM. Ivermectin acute administration impaired the spermatogenesis and spermiogenesis of adult rats. Res Vet Sci. 2018 Apr;117:178-186. doi:10.1016/j.rvsc.2017.12.013”. No referido trabalho foram estudados os efeitos temporais das doses terapêuticas da ivermectina na morfometria e histologia do testículo para verificar se a administração aguda do medicamento prejudicaria a espermatogênese e a espermiogênese de ratos adultos e se esses efeitos seriam reversíveis. Além disto, os níveis de testosterona e a de ivermectina plasmáticos foram avaliados. Os resultados mostraram que a exposição aguda à ivermectina: 1) reduziu o volume testicular, o diâmetro tubular e a altura do epitélio germinativo principalmente na dose mais alta; 2) não interferiu na frequência de células de Leydig; 3) na histologia verificou-se que as seções tubulares continham diversas alterações histológicas indicativas de interrupção da espermatogênese, como desorganização do epitélio germinativo, degeneração vacuolar das células germinativas e descamação das células no lúmen tubular; 4) não houve diferenças nos níveis de testosterona; 5) os níveis plasmáticos da ivermectinas foram reduzidos significativamente às 72 h após a dose de 0,2 mg / kg. Concluiu-se que a ivermectina administrada agudamente prejudicou a espermatogênese e espermiogênese de ratos. Provavelmente, esses efeitos não foram consequência da ivermectina nas células de Leydig porque nenhum efeito foi observado nesse nível. Finalmente, nossos resultados sugerem que alguns efeitos testiculares são reversíveis e correlacionados com os níveis plasmáticos de ivermectina. Estes trabalhos em conjunto mostram que doses terapêuticas de diferentes avermectinas causam inúmeros danos na esfera reprodutiva dos animais, incluindo prejuízos comportamentais e testiculares, como desorganização celular em diferentes estágios do ciclo do epitélio seminífero e reduções de parâmetros morfométricos testiculares, sugere-se que as avermectinas não sejam empregadas no período da reprodução.
Resumo (EN)
Avermectins and milbemycins, often also referred to as macrocyclic lactones, are the world's best selling antiparasitic medicines and are widely used in veterinary and human medicine and agriculture. In this study, initially it was reviewed the main studies of our group about the different aspects of exposure to avermectins and their consequences in the reproductive scope such as reduction in the sexual behavior of rats without sexual experience; reduction of lordosis reflex in female and reduction of fine motor coordination resulting in changing sexual behavior in males and females. A review of the anatomical and physiological aspects of the human testis and the rats was carried out, focusing on aspects of pre and postnatal development, and the testis anatomy and functions. Finally, it was presented a paper published: Cordeiro F, Gonçalves V Jr, Moreira N, Slobodticov JI, Andrade Galvão N, Souza Spinosa H, Bonamin LV, Bondan EF, Ciscato CHP, Barbosa CM, Bernardi MM. Ivermectin acute administration impaired the spermatogenesis and spermiogenesis of adult rats. Res Vet Sci. 2018 Apr; 117: 178-186. doi: 10.1016 / j.rvsc.2017.12.013 ". The results show: 1) IVM acute exposure, mainly in the higher dose, reduced the testicular volume, the tubular diameter and the germinal epithelium height; 2) no interferences on Leydig cells frequency;3) histological studies show that tubular sections containing several histological changes indicative of spermatogenesis interruption, such as disorganization of germinal epithelium, vacuolar degeneration of the germ cells and sloughing of cells into the tubular lumen; 4) no differences in testosterone levels; 5) The IVM plasmatic levels were significantly reduced at 72 h after the 0.2 mg/kg. It was concluded that acute IVM impaired the spermatogenesis and spermiogenesis of rats. Probably these effects were not consequence of IVM at the Leydig cells because no effects were observed at this level. Finally, our results suggest that some testicular effects are reversible and correlated with the plasmatic levels of IVM.As general conclusion, it was suggested that avermectins are not used in the reproduction period because, even in therapeutic doses, avermectins cause numerous damages in the reproductive sphere of the animals, including behavioral and testicular damages, as cellular disorganization at different stages of the seminiferous epithelium cycle and reduction of testicular morphometric parameters.
Tipo
Tese
Palavras-chave
Microambiente tumoral, Melanoma cutâneo, Melanoma subconjuntival, Células do Sistema Imune, IL-6, Metanálise
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Toxicologia do sistema nervoso central
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto