Influência da exposição pré-natal ao LPS na seleção entre predação e cuidado materno de ratas na lactação
Anexos
Informações
Título
Influência da exposição pré-natal ao LPS na seleção entre predação e cuidado materno de ratas na lactação
Autor(es)
Tiberiade Mendes Lima
Orientador(es)
Maria Martha Bernardi
Data de Defesa
28/03/2016
Resumo
O comportamento maternal é fundamental para a perpetuação das espécies; a prole nasce imatura e depende da habilidade da mãe em cuidar da prole e de si mesma. É comum que no pós-parto ocorram infecções maternas induzidas por bactérias Gram negativas, levando assim a prejuízos na homeostasia materna, apresentando o comportamento doentio. Dentro destes contextos de sobrevivência, os animais em seu ambiente natural necessitam tomar decisões rápidas quando expostos a situações conflitantes, sendo o equilíbrio no tempo e energia gastos nestes comportamentos apresentados, um fator crítico, tanto para sua sobrevivência como a de sua prole. Esta flexibilidade comportamental depende da existência da neuroplasticidade. Estas observações suscitaram a primeira questão, em que se avaliaram os efeitos de uma inflamação aguda no pós-parto interferir na seleção comportamental de ratas lactantes em cuidar da prole ou caçar insetos. Para induzir o comportamento doentio, empregou-se o LPS, uma endotoxina presente nas paredes de bactérias Gram negativas, como agente indutor de inflamação, conhecido classicamente por ativar o sistema imunológico. Desta forma, o primeiro experimento mostrou que a administração da endotoxina em lactantes no 5º/6º dia, no paradigma cuidar da prole ou caçar insetos, estas lactantes passaram mais tempo caçando e comendo os insetos em relação ao grupo controle, em detrimento de cuidar de sua prole. Estas fêmeas apresentaram aumento na imobilidade e nos níveis plasmáticos da citocina TNF-alfa, corroborando com a presença de inflamação materna. Os resultados mostraram que as fêmeas lactantes expostas ao LPS no 5º/6º dia de lactação escolheram mais o comportamento predatório em relação ao maternal, priorizando, assim, sua sobrevivência. Estudo anterior mostrou que a administração pré-natal de LPS reduziu o comportamento maternal. Desde que foi observado que a administração aguda do LPS levou à seleção do comportamento predatório em vez do comportamento maternal, surgiu a segunda questão: a administração pré-natal de LPS modificaria esta seleção em face de uma dose desafio do LPS? O segundo experimento avaliou a seleção comportamental em fêmeas que receberam LPS pré-natalmente e foram desafiadas entre os dias 5º/6º da lactação com a mesma endotoxina. Observou-se que as lactantes expostas à endotoxina pré-natalmente, desafiadas com solução salina, apresentaram poucos efeitos na seleção comportamental. No entanto, as lactantes tratadas pré-natalmente com LPS e desafiadas à mesma endotoxina, mostraram redução do comportamento maternal e um maior tempo gasto comendo os insetos apesar de maior imobilidade, apresentando, assim, o comportamento doentio. A dose desafio de LPS nestas lactantes não levou a modificações nos níveis plasmáticos da citocina TNF-alfa, sugerindo que estas apresentaram tolerância quando desafiadas à mesma endotoxina.
Resumo (EN)
In the natural environment, animals need to make rapid decisions when exposed to conflicting situations. Particularly, after delivery, mothers have to choose feeding or take care of their offspring, and these behaviors could affect both, the mother and pups survival. In mammals, maternal behavior is essential for the perpetuation of the species, since their offspring born immature and dependent on the mother's ability to divide their time taking care of offspring and feed. Thus, postpartum females have to express other behaviors linked to their survival such as hunting and feeding. A common problem in the postpartum are maternal infections induced by gram negative bacteria. In this condition the mother is faced with the conflict of caring their puppies, even sick, or abandon it and seach for food to, in more propitious occasion, have new offspring. This behavioral flexibility depends on the existence of neuroplasticity. Based in these observations, the first question of in this study invetigated the effects of an acute inflammation in postpartum behavioral selection of lactating rats between maternal and predatory behaviors was examined. LPS, an endotoxin present on the walls of gram-negative bacteria, was employed to induce inflammatory agent and activates the immune system. Thus, the results showed the effects on behavioral selection in lactating females exposed to LPS. The LPS was administered between 5/6 days of lactation and the behavioral selection observed 2 hours after administration of endotoxin. The results showed that in the paradigm of care the offspring or hunting insects the female treated with LPS showed preference for the predation relative to maternal behavior. Despite these females presented increased immobility, one of the sickness behavior signs, they contacted, hunted and ate more insects that control group than female of control group. In addition, these females had increased plasma levels of TNF-alpha, which corroborates with the presence of maternal inflammation. We conclude that acute exposure to LPS to lactating females, probably prioritized the predatory behavior towards the maternal behavior to ensure its survival, since their offspring might be sick. Thus, in more favorable conditions, it could generate new offspring and keep her species. Previous study showed that prenatal administration of LPS reduced the maternal behavior of rats. Since it was observed that acute administration to LPS led to the selection of the predatory behavior instead of maternal behavior arose the second question of this study: prenatal administration of LPS modify this selection in the face of a challenge dose of LPS? The second experimente investigated this issue. The behavioral selection in females prenatally treated with LPS and challenged between 5/6 days of lactation with the same endotoxin was observed. First, female rats exposed to prenatally endotoxin challenged with saline showed few effects on behavioral selection, ie looked over the pups and hunted less insects. However, prenatal LPS treatment and a challenge with LPS revealed that females showed reductions in both maternal behavior as predation with greater immobility. It was concluded that the absence of behavioral flexibility of these females may have implications for the survival of mothers and offspring.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
LPS, Comportamento Maternal, Predação, Preferência Olfatória, Epigenética
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Toxicologia do sistema nervoso central
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto