Acute toxicity assessment through the bioassay with artemia salina and the plant species ruta graveolens, petiveria tetranda, artemisia absinthium and allamanda cathartica
A aplicação de fitoterápicos na medicina não é somente uma prática milenar como também vem apresentando ressurgimento ao longo das últimas décadas. Os chás e preparos de vegetais podem ser ótimos auxiliares em diversos tratamentos, entretanto, não se isentam os riscos associados a envenenamentos e reações desagradáveis. A pesquisa apresentada teve como objetivo o levantamento de dados acerca da toxicidade de quatro espécies vegetais comumente utilizadas na medicina popular brasileira. O organismo modelo escolhido foi a Artemia salina, mircrocrustáceo ideal para ensaios toxicológicos. O trabalho iniciou-se com o preparo dos extratos vegetais como descritos na Metodologia de Meyer et al. (1982), através da submersão de 10 gramas de três órgãos vegetais (raízes, caules e folhas) em álcool 96%, seguidos de filtração e banho maria. Com os extratos preparados e devidamente ressuspendidos em 10ml de água destilada, oito diferentes dosagens foram selecionadas, variando de 10 a 1000μl. Cada dosagem foi aplicada em duplicata a uma placa de petri contendo 10 náuplios de artêmias e 5ml da mesma solução salina utilizada em sua eclosão. Após 24 horas o número de artêmias mortas foi contabilizado. O processo então foi repetido com as artêmias em sua fase adulta. Após a coleta de tais dados tornou-se possível a elaboração de gráficos comparativos medindo a taxa de mortalidade dos organismos quando expostos a cada vegetal, e seus órgãos respectivos, em diferentes dosagens. Os resultados foram, como esperados, diversos, mostrando significativa diferença tanto nas dosagens como nas diferentes partes das plantas. Alguns extratos, como o da raiz de Petiveria tetranda mantiveram uma alta constante toxicidade desde dosagens menores quando expostas aos náuplios, enquanto outros como aquele obtido através dos caules da Ruta graveolens exibiram uma letalidade crescente de acordo com o aumento de sua dosagem. Com os dados coletados também se torna possível a elaboração de diretrizes como a DL50 (dose letal mediana), através da contabilização da dosagem necessária para que 50% da população seja morta.