O vínculo materno-fetal em mães primigestas

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As mulheres têm conquistado a liberdade de viverem a sua sexualidade, escolhendo o momento e se desejavam ser mães. Apesar das transformações, nota-se que as mulheres continuam tendo um lugar de destaque social ao serem mães e são valorizadas por essa escolha, tendo, ainda a maior responsável pelo cuidado com os filhos e a família. Nesta pesquisa buscou-se compreender como ocorre o processo de vinculação materno-fetal em primigestas no terceiro trimestre gestacional e a relação desta com a família de origem. As participantes foram três gestantes com idade entre (29 e 38 anos), todas graduadas, duas com doutorado e que trabalhavam de forma autônoma. Para coleta de dados utilizou-se entrevistas semiestruturadas online, abordando história de vida e gestacional, a escala de relacionamentos próximos (ECR) e a avaliação de apego materno-fetal (AMF). A análise foi realizada qualitativamente. Todas as participantes mostram alto nível de vinculação materno-fetal, apesar de cada uma com um tipo de vinculação diferente com seus pais: uma mostra uma relação instável e que quer organizar-se para poder dedicar-se mais ao bebê no pós parto; a segunda mostra certa dependência necessitando voltar a conviver com sua família de origem e valoriza a rede de apoio para poder realizar seu papel de mãe e a terceira mostra independência, vivendo em um país diferente de sua família mostrando preocupação com a gestação e maternagem por não ter rede de apoio. O que pode ser observado nestas três histórias é que as gestantes articulam a sua vivência da maternidade associada a forma como percebem o seu vínculo com a família de origem e o quanto percebem a rede de apoio dos mesmos para a construção de seu novo papel social. Portanto é importante a discussão com as gestantes sobre a ressignificação desta vinculação para serem mais livres no contato com seus bebês.

Palavras-chave: Mulheres; Maternidade; Relação materno-fetal