Psicoativos e saúde mental: revisão teórica dos efeitos terapêuticos da cannabis, psilocibina e ayahuasca

Resumo

A relação entre substâncias psicoativas e a saúde mental tem sido objeto de interesse e investigação em diversas áreas do conhecimento. Propomos uma reflexão sobre a natureza e especificidade de três substâncias psicoativas: Cannabis sativa, psilocibina e ayahuasca. O trabalho visa revisar teoricamente seus mecanismos de ação, efeitos na mente humana e potenciais terapêutico. Através da análise crítica da literatura científica de natureza qualitativa, abrangemos estudos dos últimos 15 anos, focando em artigos revisados por pares em inglês, espanhol e português. Foram usadas bases como Redalyc, RedePsi, SciELO, Google Scholar e Periódica CAPES. Dados essenciais dos estudos foram coletados de 20 trabalhos e organizados sistematicamente. O potencial terapêutico da cannabis, psilocibina e ayahuasca no tratamento de transtornos mentais é cada vez mais reconhecido pela ciência, com estudos indicando benefícios significativos para cada um desses psicoativos. A cannabis, especialmente os compostos Δ9-THC e CBD, tem apresentado efeitos ansiolítico, ansiogênico, inticonvulsivante e antipsicótico, atuando principalmente nos receptores endocanabinoides, reduzindo sintomas depressivos e ansiosos. A psilocibina, por sua vez, mostra-se promissora na redução de sintomas depressivos e ansiosos, especialmente em casos resistentes aos tratamentos convencionais, através de sua ação nos receptores de serotonina. A ayahuasca, exerce efeitos terapêuticos profundos no tratamento da depressão, ansiedade e dependência, atuando sobre o sistema serotoninérgico e promovendo uma introspecção significativa devido à presença de DMT e inibidores de MAO. Concluímos que cada um desses psicoativos oferece mecanismos de ação únicos que, embora promissores, necessitam de mais pesquisas para assegurar sua eficácia a longo prazo no tratamento de transtornos mentais. Os desafios na regulamentação, estigma e acesso às substâncias psicoativas requerem uma abordagem educativa e baseada em evidências. É necessário revisar políticas de saúde para facilitar pesquisas e o uso clínico dessas substâncias. A educação contínua e uma abordagem multidisciplinar são essenciais para uma integração segura e eficaz dessas terapias.