A presente pesquisa tem como objetivo investigar e compreender como se dá o atendimento de saúde mental a pessoa idosa na rede pública, identificando quais serviços são oferecidos especificamente para a população idosa, quais demandas são mais recorrentes, de que forma atuam as equipes multidisciplinares, quais as propostas de intervenção oferecidas pelas instituições e, principalmente, se há ou não adesão por parte desta população aos serviços oferecidos. Através de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo exploratório, foram feitas entrevistas com 10 profissionais que realizam atendimento multidisciplinar em instituições públicas de saúde, mais especificamnete nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS-AD). Para a análise dos dados, utilizou-se o método de estruturação qualitativa proposto por Minayo, com o objetivo de compreender a percepção dos profissionais que lidam com demandas de saúde mental da população idosa acerca das problemáticas relacionadas ao envelhecimento. Os resultados indicam a ausência de referências técnicas e materiais específicos para orientar o atendimento a essa população. Contudo, emergiram dados relevantes, como: dificuldades de acesso devido à limitação de mobilidade; a importância do suporte familiar para a adesão ao tratamento; diferenças na acessibilidade e adesão entre os gêneros; e a presença de estigmas e preconceitos contra a pessoa idosa por parte de alguns profissionais da saúde pública. Por fim conclui-se que há limitações no atendimento especializado a essa faixa etária, porém, essas restrições não parecem influenciar diretamente na adesão aos serviços de saúde, mas apontam para a necessidade de uma reflexão crítica sobre a prática profissional dos psicólogos.