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Encephalitozoon cuniculi utiliza a eferocitose como mecanismo de evasão da imunidade
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Autor(es)
Luciane Costa Dalboni
Orientador(es)
Maria Anete Lallo
Data de Defesa
30 de junho de 2020
Resumo (PT)
Os microsporídios são reconhecidos como patógenos oportunistas em indivíduos com imunodeficiências, especialmente de células T. Estudos tem demonstrado participação importante de macrófagos no início da infecção, embora a atividade de linfócitos T CD8+ seja primordial para eliminação desses patógenos, macrófagos e outras células da imunidade inata apresentam um papel critico na ativação da imunidade adquirida. Apos a morte programada, fragmentos celulares ou corpos apoptoticos sao depurados por células fagociticas, fenômeno denominado eferocitose e que tem sido reconhecido como forma de evasão da imunidade por patógenos intracelulares. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto da eferocitose de células apoptoticas infectadas ou nao em macrófagos desafiados com o microsporídio Encephalitozoon cuniculi. Para tal, macrofagos, obtidos a partir de monócitos de medula óssea de camundongos C57BL, foram pré-incubados com células Jurkat apoptotica (ACs) e então desafiados com esporos de E. cuniculi. Os mesmos procedimentos foram realizados para experimentos utilizando células Jurkat previamente infectadas (IACs) com esporos de E. cuniculi antes da pré-incubação de macrófagos. Foram contabilizados os macrófagos em fagocitose e o número médio de esporos internalizados pelos mesmos pela técnica de Calcofluor. A expressão de CD40, CD206, CD80, CD86 e MHCII foram mensuradas por citômetria de fluxo, assim como as citocinas liberadas nos sobrenadantes das culturas. O estudo ultraestrutural foi realizado para analise das formas de multiplicação do patógeno. Macrófagos pré-incubados com ACs desafiados com E. cuniculi apresentaram maior porcentagem de fagocitose e media de esporos internalizados e presença de estágios de multiplicação do patógeno no interior dos macrófagos, particularmente apos a eferocitose de corpos apoptoticos infectados. Adicionalmente, a pré-incubação com ACs ou IACs e/ou o desafio com o patógeno diminuiu a viabilidade dos macrófagos, marcada por altas porcentagens de apoptose. Embora com expressão aumentada de CD40 e liberação de citocinas proinflamatórias, foi a expressão acentuada de CD206 e a liberação de grandes quantidades de IL-10 e IL-6 que indicou a polarização dos macrófagos para um perfil M2, compatível com eferocitose e a permissividade ao desenvolvimento do patógeno. Nos concluímos que o patógeno se favoreceu com a eferocitose e polarizou os macrófagos para um perfil M2, o que permitiu a sobrevivência e multiplicação do E. cuniculi no interior de macrófagos, fato que pode explicar a possibilidade de macrófagos atuarem como cavalos de Troia nas microsporidioses.
Tipo
Tese
Palavras-chave
Células jurkart; macrófagos medulares; fagocitose; apoptose; Encephalitozoon cuniculi; microsporídios.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Clininfec - Clínica e Doenças Infecciosas Veterinárias
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto