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Técnica cirúrgica em tempo único para fixação de implantes na reabilitação orbitária: análise retrospectiva e comparação com a técnica convencional
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Autor(es)
Monica Cristina Leister Marcelino de Oliveira Pires de Mello
Orientador(es)
Luciano Lauria Dib
Data de Defesa
25 de fevereiro de 2013
Resumo (PT)
Reabilitação dos defeitos orbitários com implantes endósseos para retenção de epíteses é uma técnica eficiente com boa aceitabilidade na literatura. O protocolo para a fixação dos implantes prevê duas fases cirúrgicas, a primeira para fixação, e a segunda para abertura, exposição e transfixação dos implantes após um período médio de 6 meses para osseointegração. Essas duas cirurgias podem representar maiores custos econômicos, maior morbidade e um maior tempo de espera para a colocação da prótese. A experiência clínica tem demonstrado que o procedimento de fixação dos implantes poderia ser realizado em apenas uma fase cirúrgica, com a transfixação cutânea dos implantes no mesmo ato. Não há estudos de longo termo que comparem o sucesso da osseointegração na região orbitária com cirurgia em dois tempos (DT) ou tempo único (TU). Dessa maneira, a proposta do presente estudo foi comparar o sucesso da osseointegração e o tempo médio de realização das próteses, entre casos tratados com a técnica de tempo único e os casos tratados com a técnica de dois tempos. Para tanto, foi realizado um estudo retrospectivo dos pacientes com defeitos orbitários tratados pela mesma equipe no período de 2003 a 2011. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição. O estudo contou com 45 pacientes no total, sendo 31 do gênero masculino e 14 do gênero feminino. No período estudado, 22 (48,9%) pacientes receberam implantes mediante dois procedimentos cirúrgicos (DT) e 23 (51,1%) pacientes realizaram apenas um procedimento (TU) para a fixação dos implantes. Foram fixados 138 implantes, sendo que 42 (30,4%) em leito ósseo previamente irradiado. O período de observação variou de 6 a 96 meses, com uma taxa de sobrevida global de 96,4%. A taxa de sobrevida global em pacientes não irradiados foi de 99,0% e nos pacientes irradiados foi de 90,5%, com perda de 4 implantes (p=0,03). O grupo DT recebeu 74 implantes, com perda de 4 em leito irradiado, (sobrevida global de 94,6%). No grupo TU foram fixados 64 implantes, com perda de 1 implante (sobrevida global de 98,4%.) Não houve diferenças estatisticamente significantes quanto a sobrevida global dos implantes de acordo com a técnica cirúrgica empregada (p>0.05). Com relação ao intervalo de tempo entre a fixação dos implantes e a confecção da prótese houve diferença estatisticamente significante entre os grupos estudados (p<0,001), sendo que no grupo DT, a mediana ficou em 9,6 meses, e no grupo TU a mediana foi de 4 meses. Concluindo, a técnica de tempo único mostrou ser uma alternativa segura, com poucos riscos e complicações e com taxa de sucesso da osseointegração compatível com os resultados da literatura, devendo ser considerada como uma indicação viável para o procedimento, sempre que se desejar abreviar o tempo até a reabilitação final e for possível o adequado controle dos pacientes.
Tipo
Dissertação
Palavras-chave
Câncer, Implante, Reabilitação protética, Prótese orbital
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq
Esquemas terapêuticos e curativos propostos e preconizados no tratamento das doenças bucais
Instituição
UNIP
Direito de Acesso
Acesso Aberto