Resumo (PT)
Objetivo: Esse projeto avaliou a dor decorrente da hipersensibilidade dentinária frente à modulação de TRPM8 em ratos pelo uso de um bloqueador específico desse receptor, o PBMC. Métodos: Sessenta animais foram divididos em 5 grupos: GC: Controle; GH: Hipersensibilidade; GP: PBMC; GHPa e GHPb: Hipersensibilidade, com diferentes aplicações de PBMC. A H foi induzida nos grupos GH e GHPa e GHPb por meio de desafio erosivo, pelo uso contínuo por 30 dias, de uma solução isotônica de caráter ácido. A resposta à dor foi avaliada aos 21 e 30 dias em todos os grupos. Em GP e GHPa, P foi aplicado ao 30º dia, previamente à avaliação. Em GHPb, P foi aplicado novamente após. Ao longo do experimento, foram realizados 6 estímulos com água a 15oC para manutenção da exposição à dor na superfície vestibular dos molares inferiores esquerdos. Os animais foram submetidos à eutanásia imediatamente após avaliação da dor e da aplicação de P ao 30o dia. O sangue total foi coletado para quantificações plasmáticas de TNFⲁ e ILs (1a, 1b, 6 e 10). Os encéfalos foram removidos para avaliação da expressão de GFAP hipotalâmica. As mandíbulas foram retiradas e seccionadas para análises da superfície dentinária, assim como da expressão de TRPM8 em qPCR. Resultados: Os testes de Kruskal-Wallis e Wilcoxon mostraram escores de dor estatisticamente superiores nos grupos H aos 21 dias (p<0,001). Em 30 dias, houve aumento significante do grau de dor em GH (p<0,001) e diminuição ou remissão significativa em GHPa e GHPb. As fotomicrografias confirmaram exposição tubular para GH e GHPa e GHPb ao 30o dia. O teste de Kruskal-Wallis não mostrou alteração para o TNFⲁ nos diferentes grupos (p=0,5786). A análise de variância One-way não apresentou diferença estatística para nenhuma das IL quantificadas (1a, p=0,056; 1b, p=0,399; 6, p= 0,232; 10, p=0,645). O teste de Kruskal Wallis seguido do teste de Dunn revelaram expressão astrocitária de GFAP significantemente maior em GH (KW=72,40, p< 0,0001). O teste de Kruskal-Wallis apresentou valores de TRPM8 estatisticamente inferiores nos grupos P quando comparados a GC (p=0,0034). Embora o bloqueio de TRPM8 tenha sido eficaz, não houve correlação direta desse receptor com H. Conclusão: Os resultados apresentados permitiram concluir que o PBMC foi capaz de reduzir e alterar a resposta à dor decorrente da H, além de normalizar a resposta neuroinflamatória astrocitária, atuando como potente inibidor seletivo de TRPM8.