Resumo (PT)
Os sistemas alimentares, em todo o mundo, estão sob enorme pressão. A demanda por alimentos mais saudáveis, produzidos localmente, garantindo justiça social, popularizou as cadeias alimentares curtas. Essas cadeias têm se mostrado substituto confiável para as cadeias de suprimentos convencionais. O presente estudo consistiu em sistematizar modelos de cadeias curtas, aqui denominada “Cadeia Curta Agroalimentar Familiar”, por meio de pesquisa de campo em sistemas produtivos de pequenas propriedades agrícolas de controle familiar, através de estudos de casos. Os modelos Cadeia Curta Familiar Agroecológica (CCFA); Cadeia Curta Familiar Banco de Alimentos (CCFBA); Cadeia Curta Familiar Agro Escolar (CCAE); Cadeia Curta Familiar Industrial (CCFI); e Cadeia Curta Familiar Convencional (CCFC), foram diagnosticados e sistematizados através da utilização de modelos empíricos de cadeias curtas agroalimentares brasileiras. Os resultados apresentaram as cadeias voltadas para a produção de alimentos ambientalmente sustentável (CCFA), que são as que mais geram oportunidades econômicas. Além dos produtos serem reconhecidos e valorizados pelo mercado, o manejo agroecológico tem despertado o interesse dos consumidores a essas comunidades que, na busca por interações socioculturais, têm oportunizado ofertar serviços adicionais, tais como o turismo rural. Experiências como “um dia no campo” permitem às propriedades rurais aumentar seus ganhos, fidelizar clientes, prospectar novos consumidores e inserir suas produções a novos mercados. Outro modelo a ser explorado é a CCFI. A capacidade de agregar valor, através de atividades de processamentos e transformação de produtos primários, é o maior destaque dessa cadeia. Produtos processados localmente trazem, na sua dinâmica produtiva a cultura e tradição local, são valorados acima do preço de mercado, gerando maior rentabilidade aos seus produtores.