Resumo (PT)
Até 2050, 66% da população mundial viverá em cidades, e haverá grandes desafios relacionados à economia, meio ambiente e qualidade de vida. Para enfrentar esses desafios, as cidades veem implantando modelos de gestão urbana, baseados nos conceitos de ‘sustentabilidade’ e de ‘inteligência’ (do inglês smart cities). Porém esses conceitos são muitas vezes mal interpretados e utilizados de forma errônea, não possuem sólida conceitualização, e são considerados como sinônimos. O objetivo deste estudo é verificar se existe correlação entre indicadores de sustentabilidade e de inteligência de cidades, e quais variáveis socioeconômicas e geográficas possuem influência sobre eles. Foi considerada uma amostra de 130 cidades composta por 5 cidades de cada estado brasileiro e seus respectivos indicadores de sustentabilidade obtidos na Mandala ODS (quantificados com auxílio do modelo de sustentabilidade dos cinco setores; 5SEnSU) e de inteligência obtidos do Ranking Connected Smart Cities. Os resultados mostram que: (i) o uso do 5SEnSU e da programação por metas permite quantificar e hierarquizar cidades em relação ao seu nível de sustentabilidade, através de um indicador único, fornecendo subsídios (benchmark) para as cidades que almejam alcançar o mesmo desempenho das cidades mais sustentáveis (ii) existe associação entre os indicadores socioeconômicos e geográficos de ‘Região’, ‘IDH’, ‘Incidência de Pobreza’, ‘Área Territorial’, ‘PIB per capita’ e ‘GINI’ com os níveis de sustentabilidade e de inteligência de cidades; (iii) não existe correlação entre os adjetivos sustentável (medido pela Mandala ODS) e inteligente (medido pelo Connect Smart Cities). O estudo contribui com as discussões sobre o significado de cidades sustentáveis e inteligentes e como quantificá-las, além de fornecer subsídios aos gestores municipais sobre quais variáveis socioeconômicas e geográficas poderiam levar uma cidade a possuir maior nível de sustentabilidade e/ou inteligência.