Resumo (PT)
O presente trabalho tem por objetivo realizar uma arqueologia do imaginário do Mal a partir de documentos literários brasileiros, identificando os elementos simbólicos associados ao Mal utilizados em diversos momentos históricos, visando compreender como tal imaginário alimenta ideologias que sustentam os grupos hegemônicos na medida que estratifica grupos sociais minoritários. O corpus para a análise é constituído das obras: Carta ao Rei de Portugal D. Manoel, de Pero Vaz de Caminha; O Guarani, de José de Alencar; A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães; O Mulato, de Aluísio de Azevedo; Os Sertões, de Euclides da Cunha; e A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. Por meio do método da análise de conteúdo, em tais obras serão identificados os símbolos presentes nas descrições de indivíduos ou grupos sociais não-hegemônicos para, em sequência, categorizá-los a partir da noção de Bacia Semântica proposta por Gilbert Durand. A hipótese central aponta para a correlação entre tais descrições e símbolos associados ao conceito de Mal, a partir da perspectiva cristã. O trabalho fundamenta-se na Semiótica da Cultura (Ivan Bystrina) e na Teoria do Imaginário (Gilbert Durand). No âmbito comunicacional, referencia-se nas contribuições de Malena Contrer, Alberto Klein e Mauricio Ribeiro da Silva.