Resumo (PT)
Esta dissertação tem como objetivo analisar e interpretar os sentidos da (sub)cultura punk na cidade de São Paulo na atualidade, interpretando noções que envolvem cosmopolitismos, geração, memória e temporalidade inscritas nestes sentidos de identidades hoje em jogo. Identidades que alcançamos a partir das narrativas elaboradas por diferentes gerações de sujeitos envolvidos na subcultura punk, chamadas por Ricoeur (2011) e Vila (1996) de “identidades narrativas”. Como objetivos secundários, busco analisar: quais as estratégias de comunicação e expressão dos grupos urbanos identificados como punks, e como se dá a rede de comunicação e ajuda mútua constituída por bandas, produtores, espaços para organização dos shows, fanzineiros, blogueiros, sem perder de vista que os atores envolvidos representam, muitas vezes, mais de um papel nessa rede (o produtor também é músico, assim como o público, sem divisões estanques); o que é, de modo geral, o punk, isto é, como ele é representado em livros acadêmicos, jornalísticos e na imprensa diária a partir da gênese do punk na cidade de São Paulo; alguns exemplos de práticas musicais e expressivas dos punks, como a organização de festivais e a escrita e confecção de fanzines. Como fundamentação teórica, procuro discutir conceitos fundamentais para a compreensão dos sentidos do punk, tais como cultura, subculturas, identidade, cosmopolitismos, juventude e usos da cidade. Por fim, analisar como os punks da primeira geração em São Paulo continuam ainda em atividade e como se dão as relações entre as diferentes gerações punks em atividade, salientando dinâmicas intergeracionais em suas disjunções e aproximações.