Resumo (PT)
Esta pesquisa aborda o rádio, como veículo de comunicação, e os meios sonoros como plataforma para conteúdos trabalhados dentro da conceituação de Armand Balsebre para a Linguagem Radiofônica, ou seja, o conceito da expressividade da linguagem. O radioteatro possibilita ao ouvinte - em um processo de criação conjunta em que ele também participa - criar um universo de imagens pressupostas a partir da audição. Com o advento de novas tecnologias sonoras e os aparelhos de som portáteis, se faz urgente um olhar repensado sobre o senso de “audição”, pois o público encontra-se em um processo de reaprendizado do ouvir. A riqueza da linguagem radiofônica, com as palavras, trilhas, efeitos e silêncios, é pouco aproveitada na produção de radiofonia e na produção sonora contemporânea brasileira em diferentes gêneros e formatos. Buscamos, então, apresentar formas de valorizar o imaginário do ouvinte no que tange à criação, produção e recepção de produtos simbólicos radiofônicos, com a perspectiva de resgate da cultura da oralidade, apoiados por conceitos como a Paisagem Sonora, de Murray Schafer e a peça radiofônica alemã. Para exemplificar, apresentamos análises de elementos do radioteatro e da narrativa ficcional presentes também em outros gêneros, tais como o radiojornalismo e a publicidade.